SALOMÃO,
fatos e curiosidades.
Filho de Davib e Bat Sheva (Betsabé),
rei de Israel (961-c.920 a.C.) e construtor do primeiro Templo. Seu nome
hebraico era Shlomó, e sua história é contada no primeiro livro dos Reis, do
Antigo Testamento. Por manobra de sua mãe e do profeta Natan, Salomão subiu ao
trono quando seu pai, Davi, ainda vivia. A fim de trazer o centro religioso
para Jerusalém e assim fortalecer seu poder político, construiu, com a ajuda do
rei fenício de Tiro, Hiram, um majestoso templo, que foi concluído no 11º ano
de seu reinado. O reinado de Salomão foi pontuado por obras e medidas
importantes, como a divisão do reino em 12 províncias, a construção de
cidades-fortalezas e cidades-celeiros e a construção de um porto em Eilat,
abrindo caminhos marítimos para a África oriental, a península Arábica e a
Ásia. A tradição judaica atribui a Salomão uma grande sabedoria, que lhe
granjeou prestígio internacional (ilustrado no episódio da visita da rainha de
Sabá). Opulência e magnificência caracterizaram sua corte, as artes
proliferaram, e ao próprio Salomão são atribuídos textos literários, como o
Cântico dos Cânticos, os Provérbios e Eclesiastes, incorporados aos
Hagiógrafos. Mas todo esse esplendor custava caro, e o peso desse custo levou à
decadência, ao enfraquecimento e às disputas internas. Com a morte de Salomão,
o reino cindiu-se em dois, o reino de Judá, ao sul, e o de Israel, ao norte, e
nunca tornou a se unir. (P.G.)[1]
SALOMÃO, FATOS E
CURIOSIDADES.
FATOS
Salomão
e a maçonaria, em busca de evidências da existência do herdeiro da casa de
Davi.
Quem foi Salomão?
Salomão foi o terceiro rei do reino
unido de Israel no período de 970 a 931 A.C., assumindo o legado deixado por
seu pai o rei Davi; filho deste rei com Bate-Seba; foi considerado um rei sábio
e rico e coube a ele a construção do Templo, cuja tarefa segundo relato bíblico
foi dada por Deus a Moisés.
Nas escrituras bíblicas podemos
encontrar diversos relatos que remetem à vida e tempo em que viveu Salomão.
A palavra Salomão tem por significado:
pacífico, tranquilo; paz, a paz dele; tranquilidade. E foi diante destas noções
de bondade, sabedoria e de um líder tranquilo e acolhedor que a maçonaria se
ancorou na lendária figura deste sábio rei para apropriar-se das qualidades do
mesmo e atribuí-la ao Venerável das Lojas/Templos maçônicos. Cabe então ao
Venerável dirigir os trabalhos dentro dos ditames atribuídos a Salomão e, mais
que tudo ter a sapiência de situá-la aos tempos em que vivemos.
Durante muito tempo da minha vida ouvi
não haver evidências da existência do reino de Davi e Salomão e, como tal, a
menção de Salomão e seus atributos de sabedoria e bondade levariam a conclusão
de que a criatividade humana de um maçom ou maçons teria aludido à
possibilidade de relacionar a lenda maçônica àquele que é considerado o mais
sábio dos homens. Mas com a evolução da humanidade e consequentemente da
ciência e, principalmente, do avanço da arqueologia é possível alterar a nossa
percepção de que a Bíblia é tão somente um livro histórico; é sim um livro
histórico, mais que isso é um livro histórico que fornece amparo a muitas
descobertas em sítios arqueológicos e como tal permite iluminarmos este nosso
trabalho com dados a partir de descobertas que apresentam evidências do reino
de Salomão, a partir de extratos da obra de Randall Price e H. Wayne House,
2020, que organizamos em uma tabela:
Nome |
Idioma |
Descobridor |
Local
da descoberta |
Data
da descoberta |
Material
encontrado |
Data
de origem |
Relevância Bíblica |
Palácio
de Gezer |
|
Steve
Ortiz. |
Geser
(Israel). |
2016 |
Palácio
monumental semelhante aos existentes no mesmo período. |
Século
X a.C. |
Ligado
ao reinado de Salomão, dando apoio à descrição bíblica do reino israelita
primitivo. |
Bula de Khirbet Summeily |
Hebraico |
Jimmy Hardin, Jeff Blakely. |
Khirbet Summily perto de
Gaza, na antiga. fronteira entre Judá e Filístia. |
2014 |
O
assento de julgamento em Corinto, onde os julgamentos eram realizados. |
Século
X a.C. |
A
atividade administrativa nesse remoto posto da Judeia apoia a existência do
antigo reino de Judá e dos reis bíblicos Davi e Salomão. |
Santuários cultuais de Khirbet Qeiyafa. |
|
Yosef Garfinkel. |
Khirbet Qeiyafa (Shemarayim, Israel). |
2011 |
Modelos de argila de santuário ritual em forma de templos. |
Século X a.C. |
Revelando o significado dos
tríglifos na arquitetura do Templo de Salomão. |
Minas de cobre de Salomão. |
|
Thomas Levy. |
Sul do Jordão. |
2008 |
Ferramentas para mineração de cobre do reino bíblico de Judá. |
Século X a.C. |
A produção de metal em escala industrial esteve em operação no local durante os reinados de Davi e Salomão. |
Relevo de Sheshonq (Bubastite Portal). |
Hieróglifos do
Egito Médio. |
Jean-François Champollion. |
Templo de Karnac de Amun (Egito). |
1825 |
Campanhas militares de
Sheshonq I = Sisaque. |
925 a.C. |
Ataque contra Roboão, filho de Salomão (1Rs 11:40; 14:25; 2Cr 12:2-9). |
Fonte: o autor. Adaptado de Manual de
arqueologia bíblica Thomas Nelson (pp. 364-366, 2020).
Além do que apresentamos na Tabela 1,
seguem mais alguns extratos da obra de Randall Price e H. Wayne House (pp.
236-251,2020):
Como uma evidência do
reino de Salomão na capital de Jerusalém, em 2010, uma muralha da cidade com
uma guarita datando do final do século X a.C. foi descoberta em Ofel. De acordo
com Eilat Mazar, o arqueólogo que escavou o local, esse muro provavelmente está
ligado à cidade de Davi e se encaixa com a descrição bíblica de que o rei
Salomão construiu uma linha de fortificação em torno de suas novas construções
do templo e do palácio do rei. [...] Com relação ao projeto comum, o relato
bíblico da construção do Primeiro Templo revela que, do início ao fim, o
trabalho foi projetado e executado por meio de uma habilidade regional dirigida
pelo rei Hirão de Tiro. Josefo registra que Hirão também construiu um palácio
real e um templo para Melqart, a divindade local da cidade fenícia de Tiro (Ag.
Ap. i:17). Portanto, enquanto o rei Salomão empregava seus próprios
trabalhadores, a habilidade na construção e a mobília do templo eram
reconhecidas como um empreendimento estrangeiro. [...] Eusébio, um dos Pais da
Igreja do século IV d.C. preservou o registro do sacerdote fenício
Sanchuniathon, que também descreveu como o rei Hirão forneceu materiais para a
construção do templo. [...] Hirão enviou seus arquitetos e artesãos fenícios
para aconselhar seus colegas israelitas a construir o templo segundo
especificações contemporâneas. Um deles era um artesão meio hebreu, meio
fenício, chamado Huramabi (Hurão, NVI[2]),
que recebia a supervisão dos artesãos do templo. O crédito é dado a ele pelos
objetos decorativos, moldados e sobrepostos no templo (1Rs 7:13-45; 2Cr
2:13-14). Enquanto o imponente sarcófago de pedra calcária de Hirão ainda
existe a sudeste de Tiro, na aldeia de Hanaway, é o estilo dos templos nessa
região que são de maior interesse arqueológico, pois fornecem os paralelos mais
próximos de como pode ter sido a aparência do Primeiro Templo bíblico.
O que nos motivou e permitiu
que chegássemos até o momento de poder apresentar as evidências sobre Salomão
foi a nossa curiosidade e mais que isto o estímulo ao estudo com disciplina. (o
texto acima foi recortado de um trabalho de pesquisa de minha lavra intitulado
“Palavras de origem hebraica e seu
significado”, apresentado ao Collegio de Maçonologia).
CURIOSIDADES
MUITAS
LENDAS FORAM contadas
sobre os garimpos do interior africano, de onde vinha o abastecimento de pó de
ouro que chegava à costa de Zanj. Elas persistiram por séculos e acabaram tendo
um impacto dramático sobre o destino dos povos dos planaltos do sul da África.
Marinheiros portugueses que se aventuravam ao longo da costa no século XV
acreditavam que o pó de ouro que viam sendo carregado nos dhows árabes em
Sofala deveria vir da terra de Ofir, uma cidade mencionada na Bíblia como o
lugar de onde os navios do rei Salomão tinham levado ouro. Os rumores sobre a
fabulosa riqueza de Ofir ganharam força no século XIX. Publicado em 1885, um
romance best-seller de Rider Haggard, As minas do rei Salomão, conferiu status
popular à ideia de uma região inexplorada ao norte do rio Limpopo que continha
vastas riquezas minerais.[3]
De
acordo com o Kebra Negast, ou o “Livro da glória dos reis”, os monarcas da Abissínia eram
descendentes de uma união entre o rei Salomão e a rainha de Sabá que teve lugar
em Jerusalém, no século X a.C. Ciente da grande sabedoria de Salomão, a rainha
Makeda viajara de Sabá até Jerusalém, acompanhada de uma grande comitiva e uma
caravana de camelos carregados com presentes de ouro, pedras preciosas e
especiarias. A descrição de seu encontro é dada no Antigo Testamento: 1 Reis,
capítulo 10.
Ainda de acordo com o Kebra Negast,
Makeda ficou fascinada com a demonstração de conhecimento de Salomão e
declarou: “A partir deste momento, não vou adorar o sol, e sim o Criador do
sol, o Deus de Israel.” Na véspera de começar sua jornada para casa, Salomão a
seduziu. O filho deles, Menelik, nasceu em seu caminho de volta para Sabá. Com
22 anos, Menelik viajou para Jerusalém, onde foi reconhecido por Salomão como seu
filho e coroado rei. Ao partir de Jerusalém para Aksum, Menelik levou consigo a
Arca da Aliança, o objeto mais sagrado dos tempos do Antigo Testamento, que
continha as tábuas de pedra com a gravação dos Dez Mandamentos. Dois mil anos
depois, de acordo com o Kebra Negast, a Arca ainda era mantida em um santuário
em Aksum. A lenda continua até hoje.[4]
Escrito em ge’ez, o Kebra Negast
baseou-se em uma série de relatos antigos que circulavam na Abissínia sobre as
conexões entre o antigo reino de Aksum e a terra de Sabá, no sul da Arábia. O
objetivo dos autores era fornecer aos reis da Abissínia uma longa linhagem de
legitimidade e uma manifestação do favor divino. O Kebra Negast chegou a ser
considerado um texto sagrado e gozava de grande popularidade. A história de
Salomão, Makeda e Menelik foi repassada por contadores de histórias de uma
geração a outra e representada em pinturas. Réplicas da Arca conhecidas como
tabots tornaram-se itens corriqueiros na vida da igreja e eram levadas em
procissão em tempos de festival.[5]
Genaldo Luis
Sievert
Sievert, G.L.
2021
[1]
Azevedo, Antonio Carlos do Amaral; Geiger, Paulo.
Dicionário histórico de religiões. Lexikon. Edição do Kindle (posição 10923).
[2]
Nova Versão Internacional.
[3]
Meredith, Martin. O destino da África (p. 111). Zahar.
Edição do Kindle.
[4]
Meredith, Martin. O destino da África (p. 114). Zahar.
Edição do Kindle.
[5]
Meredith, Martin. O destino da África (p. 115). Zahar.
Edição do Kindle.
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