PARA
ONDE DESEJO IR, a jornada rumo a Jerusalém Celeste, nosso templo espiritual.
Genaldo
Luis Sievert
M∴M∴
A jornada a que nos dedicamos desde
quando iniciados na Maçonaria nos remete ao estudo e ao direcionamento para
encontrar e lapidar no nosso “eu”, na mais íntima viagem de encontro ao seu
templo interior, a capacidade para de posse da razão, chegar a verdade.
Numa das muitas sessões de estudo o
caminho para a Jerusalém Celeste nos é oferecido. O encontro com a mística
Jerusalém é digno de reflexão. O Livro da Lei (Bíblia) registra em 1Rs 8.1,
11.36 e 14.21, respectivamente o seguinte sobre Jerusalém:
Salomão reuniu em Jerusalém os anciãos de Israel e todos
os líderes das tribos, os chefes das famílias dos israelitas, para trazerem a
arca da alinça ao SENHOR da Cidade de Davi, que é Sião. [...]. Porém, darei uma
tribo a seu filho, para que meu servo Davi sempre tenha uma lâmpada diante de
mim em Jerusalém, cidade que escolhi para alí colocar o meu nome. [...].
Roboão, filho de Salomão, reinou em Judá. Ele tinha quarenta e um anos quando
começou a reinar, e reinou dezessete anos em Jerusalém, a cidade que o SENHOR
escolhera de todas as tribos de Israel para pôr ali o seu nome. Sua mãe era
amonita e se chamava Naamá. (Water, 2014, p. 380).
Sobre
a descrição da Jerusalém Celeste: é uma inspiração do conteúdo dos Capítulos 21
e 22 do livro do Apocalipse de São João.
Faremos
alguns registros extraídos do Livro da Lei, pois, é esse livro que norteia a
moral, a ética e o respeito, que devem permear a condução da vida dos Maçons.
Na
jornada para receber a Jerusalém Celeste nos deparamos com algumas palavras, as
quais, face ao profundo significado, serão descritas a seguir:
Aleluia: é
a forma grega da palavra hebraica Hallelujah
– que significa “Louvado seja o Senhor”, a qual começa e termina alguns Salmos
(106, 111, 112, 113), conforme Water, 2014, p. 463.
Alfa: é
a primeira letra do alfabeto grego, assim como o ômega é a última. Essas
letras aparecem nos textos do Apocalipse 1.8, 11; 21.6; 22.13, e são
representadas por “alfa” e “ômega”. Elas significam o primeiro e o último.
Entre os símbolos da igreja cristã primitiva essas duas letras são
frequentemente combinadas com a cruz ou com o monograma de Cristo a fim de
representar sua divindade. (idem, 2014, p. 463).
Amém:
essa palavra hebraica significa “firme”, portanto também fiel (Ap 3.14), [...]
Normalmente é traduzido por em verdade
ou em verdade vos digo. [...] É usada
quando se faz um juramento bem como no final de orações, conforme Water, 2014,
p. 463-464.
Apocalipse: é
o nome grego do livro da revelação das últimas coisas. (idem, p. 464).
Luz:
essa palavra é encontrada em abundância nas literaturas de natureza maçônica. É
de extrema importância para a humanidade, pois, a luz do sol, inspirou a
conduta da humanidade na sua caminhada evolutiva. Vejamos algumas citações do
Livro da Lei:
Haja luz. E houve luz. (Gn
1.3).
O povo que andava em trevas
viu uma grande luz sobre os que habitavam na terra da sombra da morte.(Is 9.2).
Vós sois a luz do mundo. Não
se pode esconder uma cidade situada sobre um monte. (Mt 5.14).
Cuide, então, para que a luz
que há em ti não sejam trevas. (Lc 11.35).
Enquanto estou no mundo, sou
a luz do mundo. (Jo 9.5).
Deus é luz, e nele não há
treva alguma. (1Jo 1.5).
A
palavra Luz – Lumen ou Lux, neste caso derivada do latim pode representar muitas
manifestações e traduzir-se em muitos significados. Assim filósofos como
Aristóteles, Cicero, Plotino entre outros estudaram seu significado,
manifestando-se em estudos sobre a vida, a amizade e as intemperanças e
esperanças dos homens.
É a Luz[1]
que nos torna racionais, sensatos, tolerantes e benevolentes. É a Luz contínua que mantém o canal de
comunicação com Deus e que nos conduz à Fé. É a Luz que nos torna críticos e racionais, que torna possível distinguir
o bem do mal, a verdade da mentira, a tolerância da intolerância, a Luz é o fio tênue e firme que cruza o
universo, separa impurezas, traduz incertezas em certezas, traduz a dúvida em
clareza, transforma impurezas em belezas, abriga vidas, interliga natureza e
homem e esta mesma Luz não se
sobrepõe à escuridão e nem esta àquela. Esta mesma Luz se manifesta na vida de todas as vidas em seus mais distintos
espaços, mesmo daquelas que não visualizamos a olho nu.
Boucher,
(2015, p. 109) descreve que: “de acordo com a Ciência, a matéria mais gorsseira
é finalmente formada de luz, e essa concepção dá razão à Bíblia, que, no
Gênesis, faz com que Deus crie a Luz no primeiro dia e o Sol no quarto”.
Razão: do
Latim Rattio e segundo Abbaganano, (2012.
P. 969-970), possui os seguintes significados fundamentais.
1°
Referencial de orientação do homem em todos os campos em que seja possível a
indagação ou a investigação. Nesse sentido, dizemos que a R. é uma “faculdade”
própria do homem, que o distingue dos animais.
2°
Fundamento ou R. de ser. Visto que a R. de ser de uma coisa é a sua essência
necessária ou substância expressa na definição, assume-se às vezes por “R.” a
própria substância ou a sua definição. Este é um significado frequente na
filosófia aristotélica ou nas correntes nela inspiradas.
3°
Argumento ou prova. Nesse sentido dizemos “Ele expôs sua R.” ou “É preciso ouvir
as R. do adversário”. A esse significado refere-se também a expressão “Ter R.”,
que significa ter argumentos ou provas suficientes, portanto, estar com a
verdade.
4°
Relação, no sentido matemático. Nesse sentido fala-se também em “R. direta” ou
“R. inversa”.
No
significado de referencial da conduta humana no mundo, a R. pode ser entendida
em dois significados subordinados: a) como faculdade orientadora geral; b) como
procedimento específico de conhecimento.
Virtude: Segundo
Abbagnano, 2012, p. 1198: “este termo designa uma capacidade qualquer ou
excelência, seja qual for a coisa ou ser a que pertença. Seus significados
especiais podem ser reduzidos a três: 1° capacidade ou potência em geral; 2°
capacidade ou potência própria do homem; 3° capacidade ou potência moral do
homem”.
Fé: O Senhor é quem vai à tua frente. Ele estará
contigo, não te deixará nem te desamparará. Não temas nem te espantes. (Dt
31.8).
Em
Abbagnano, 2012, p. 501, nos deparamos com o seguinte: Crença religiosa, como
confiança na palavra revelada. Enquanto a crença em geral, é o compromisso com
uma noção qualquer, a Fé é o compromisso com uma noção que se considera
revelada ou testemunhada pela divindade. [...] S. Paulo resumiu as
características fundamentais da Fé nas celébres palavras: Fé é a garantia das coisas esperadas e a prova das que não se vêem.
(Hebr., II, I).
Honra: “É
toda manifestação de consideração e estima tributada a um homem por outros
homens, assim como a autoridade, o
prestigio ou o cargo de que o reconheçam investido”. Segundo Abbagnano os
antigos reconheciam a H. como um bem fundamental da vida social.
Moral: É
o mesmo que Ética e o objeto desta é a conduta dirigida ou disciplinada por
normas.
Consciência:
Segundo Abbagnano, em geral, é a possibilidade que tem cada um de dar atenção
aos seus próprios modos de ser e às suas próprias ações, bem como de
exprimí-los com a linguagem. Essa possibilidade é a única base de fato sobre a
qual foi edificada a noção filosófica de “consciência”.
Virtude: Termo
que designa uma capacidade qualquer ou excelência, seja qual for a coisa ou o
ser a que pertença.
Jesuralém
Celeste “é o Templo da
Razão; e irrecusável. Como é, que aquele Templo é o da VerdadeI ou do Amor; fica implicita esta consequencia: a Razão é o Amor; a Razão é a Verdade. Ora,
a Razão é o método, é o meio de se
chegar à Verdade, não podendo, nunca, ser um fim em si mesma, como o é a
Verdade, como o é o Amor”[2].
Se
somos dotados e capazes para o uso do sopro Divino da inteligência, nos é
possível o entendimento de que a unicidade contida em cada homem universal o torna um centro único, assim, esta condição o
torna um Templo Espiritual, cuja
viagem se inicia quando do início da sua materialidade, ou seja, da sua
concepção.
O
Templo Espiritual de cada um de nos é
a nossa Jerusalém Celeste. O nosso
momento único em toda a nossa evolução material e espiritual.
Construimos,
destruimos, reconstruimos nossas vidas todos os dias e noites, pois, nossas
dúvidas e incertezas somente são vencidas pelo ato da fé; é nela que
encontramos o entendimento para superar os obstáculos; é na busca pela verdade,
na superação dos desafios, na caridade, na tolerância, na busca e difusão de que
a verdade liberta e nos conduz rumo ao apagar do nosso Sopro Divino, a partir daqui nossa Jerusalém Celeste se manifestará
e a verdadeira vida nos será dada.
BIBLIOGRAFIA
WATER,
Mark. Enciclopédia de fatos de Bíblia.
São Paulo: Hagnos, 2014.
ABBAGNANO,
Nicola. Dicionário de Filosofia. 6ª
Ed. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2012.
BOUCHER,
Jules. A simbólica maçônica ou a arte
real reeditada e corrigida de acordo com as regras da simbólica esotérica e
tradicional. 2ª Ed. São Paulo: Pensamento, 2015.