quarta-feira, 8 de outubro de 2014

A CRISE DOS PARADIGMAS DA CIÊNCIA - ANOTAÇÕES DE UM MESTRANDO II

ANOTAÇÕES DE UM MESTRANDO - II
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ
ESCOLA DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES
PPGE – MESTRADO E DOUTORADO EM EDUCAÇÃO

DISCIPLINA: PARADIGMAS EDUCACIONAIS NA PRÁTICA PEDAGÓGICA
PROFESSORA: Dra. MARILDA APARECIDA BEHRENS
ALUNO: GENALDO LUIS SIEVERT
A CRISE DOS PARADIGMAS DA CIÊNCIA – 12/04/2012
BEHRENS: 1) Influência cartesiana e newtoniana levou a uma mentalidade reducionista. Provocou no homem uma visão reducionista e fragmentada da verdade e de si mesmo. O paradigma caracterizou-se não como um erro histórico, mas como uma trajetória necessária no processo de evolução do pensamento humano. Restrição à reprodução do conhecimento, marcados pela cópia e imitação. Produto e resultado como finalidades. 2) Tecnicismo e especialização, voltada para a formação utilitarista, técnica e científica em detrimento da visão do todo, isolando o homem das emoções que a razão desconhece, deixando ao segundo plano a solidariedade, a humanidade, a sensibilidade, o afeto, o amor e o espírito de ajuda mútua. 3) Uma nova proposta surge com as novas teorias, como por exemplo o proposto por Capra em A teia da vida; Prigogine com a proposta “teoria das estruturas dissipativas e pelo princípio da ordem por meio das flutuações” (probabilidade e irreversibilidade) ordem a partir do caos; novo paradigma como uma rede de relações, conexão, inter-relações, teias, movimento, fluxo de energia em constante processo de mudança mesmo que impregnado pelos resíduos do Paradigma anterior sob a influência do pensamento newtoniano-cartesiano.  Desfio proposto: buscar a influência desse novo paradigma no processo educativo, nas propostas pedagógicas e no fazer docente.

. MORAES: 1) Pensamento reducionista em prol da evolução de métodos racionais para evolução da humanidade. Se a realidade é complexa exige uma visão abrangente e multidimensional para o entendimento da realidade e da construção da ciência. O pensamento cartesiano como única base segura para compreensão do homem e da natureza. 2) A evolução centrada na racionalidade levou ao processo natural  do fragmentar. O racional excluindo as partes do todo. Newton complementa esta ideia trazendo ao mundo a formulação matemática da concepção mecanicista da natureza. Este ponto é considerado culminante e consistente ancorando nos séculos vindouros o paradigma reducionista e fragmentador. Influência do divino desaparece da visão científica do mundo. Base filosófica newtoniana-cartesiana como elemento essencial e indispensável do pensamento. Aponta em Kant: “conhecer é um ato único, mas complexo, em os dados empíricos são organizados pelo sujeito lógico”. Dois pontos importantes: separação entre o conhecimento científico e o proveniente do senso comum e a separação entre a natureza e a pessoa humana. 3) Da ciência clássica ao pensamento atual a humanidade presenciou: um mundo pentassensorial, racional (fragmentado e tecnicista) e a evolução para um mundo com conhecimento mais profundo do todo, mundo e vida. A destruição dos valores pessoais, da natureza, a visão que ignora o todo passa por uma nova reformulação em busca do holístico. Provocou a aceitação da separação do corpo da mente, a desconexão. Desafio proposto: busca da superação da fragmentação e do tecnicismo em prol de vida mais humana; recuperação do sensitivo, da compreensão da vida em conexão múltipla, do compartilhamento em prol do rompimento e do aproveitamento dos avanços tecnológicos. Reconstruir a humanidade em novas bases.

MORIN: 1) Enfermidade cognitiva pela ausência do conhecimento e dos problemas-chave do mundo. O conhecimento é o mundo. Problema universal para qualquer um: acesso a informação, sua organização e articulação, como perceber e conceber. 2) Insuficiência provocada por dados isolados. O contexto, o global, o multidimensional e o complexo como necessários para a relação entre as partes do todo organizadas ou desorganizadas. A necessidade de recomposição do todo. Impossibilidade de conhecer as partes sem conhecer o todo e todo sem as partes. 3) Quanto mais poderosa é a inteligência geral, maior é a sua faculdade de tratar problemas especiais. Livre exercício da curiosidade, faculdade mais difundida e mais viva da infância e da adolescência. A contradição como obstáculos à evolução da humanidade, da alteração de paradigmas. A hiperespecialização como impeditivo para uma visão do global. A divisão impossibilita entender o conjunto. Reducionismo: um impeditivo ao progresso. A inteligência cega torna-se inconsciente e irresponsável. A humanidade deve se aproveitar do tecnicismo, porém, sem subordinação a este. O desenvolvimento a qualquer custo provocou cegueira gerando inúmeros erros sociais, técnicos e educacionais entre tantos outros.         Desafio proposto: a educação como promotora de uma “inteligência geral” apta a referir-se ao complexo, ao contexto, de forma multidimensional e numa concepção global. Compreender um pensamento que separa e que reduz por meio de um pensamento que distingue e que religa.
Referências:
BEHRENS, Marilda Aparecida. O paradigma emergente e a prática pedagógica. Petropólis, RJ, 4. ed. Vozes, 2010.
MORIN, Edgar. Os sete saberes para a educação do futuro. Lisboa, Portugal: ed. Neograf, 2002.

MORAES, Maria Cândida. Paradigma educacional emergente. 9. ed. Campinas, SP: Papirus, 2009.

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