ANOTAÇÕES DE UM
MESTRANDO - II
PONTIFÍCIA
UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ
ESCOLA
DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES
PPGE
– MESTRADO E DOUTORADO EM EDUCAÇÃO
DISCIPLINA: PARADIGMAS
EDUCACIONAIS NA PRÁTICA PEDAGÓGICA
PROFESSORA: Dra. MARILDA
APARECIDA BEHRENS
ALUNO: GENALDO LUIS SIEVERT
A CRISE DOS PARADIGMAS DA
CIÊNCIA – 12/04/2012
BEHRENS:
1)
Influência cartesiana e newtoniana levou a uma mentalidade reducionista.
Provocou no homem uma visão reducionista e fragmentada da verdade e de si
mesmo. O paradigma caracterizou-se não como um erro histórico, mas como uma
trajetória necessária no processo de evolução do pensamento humano. Restrição à
reprodução do conhecimento, marcados pela cópia e imitação. Produto e resultado
como finalidades. 2) Tecnicismo e especialização, voltada para a formação
utilitarista, técnica e científica em detrimento da visão do todo, isolando o
homem das emoções que a razão desconhece, deixando ao segundo plano a
solidariedade, a humanidade, a sensibilidade, o afeto, o amor e o espírito de
ajuda mútua. 3) Uma nova proposta surge com as novas teorias, como por exemplo
o proposto por Capra em A teia da vida; Prigogine com a proposta “teoria das
estruturas dissipativas e pelo princípio da ordem por meio das flutuações”
(probabilidade e irreversibilidade) ordem a partir do caos; novo paradigma como
uma rede de relações, conexão, inter-relações, teias, movimento, fluxo de
energia em constante processo de mudança mesmo que impregnado pelos resíduos do
Paradigma anterior sob a influência do pensamento newtoniano-cartesiano. Desfio
proposto: buscar a influência desse novo paradigma no processo educativo,
nas propostas pedagógicas e no fazer docente.
. MORAES: 1) Pensamento reducionista em prol da evolução de métodos
racionais para evolução da humanidade. Se a realidade é complexa exige uma
visão abrangente e multidimensional para o entendimento da realidade e da
construção da ciência. O pensamento cartesiano como única base segura para
compreensão do homem e da natureza. 2) A evolução centrada na racionalidade
levou ao processo natural do fragmentar.
O racional excluindo as partes do todo. Newton complementa esta ideia trazendo
ao mundo a formulação matemática da concepção mecanicista da natureza. Este
ponto é considerado culminante e consistente ancorando nos séculos vindouros o
paradigma reducionista e fragmentador. Influência do divino desaparece da visão
científica do mundo. Base filosófica newtoniana-cartesiana como elemento
essencial e indispensável do pensamento. Aponta em Kant: “conhecer é um ato único,
mas complexo, em os dados empíricos são organizados pelo sujeito lógico”. Dois
pontos importantes: separação entre o conhecimento científico e o proveniente
do senso comum e a separação entre a natureza e a pessoa humana. 3) Da ciência
clássica ao pensamento atual a humanidade presenciou: um mundo pentassensorial,
racional (fragmentado e tecnicista) e a evolução para um mundo com conhecimento
mais profundo do todo, mundo e vida. A destruição dos valores pessoais, da
natureza, a visão que ignora o todo passa por uma nova reformulação em busca do
holístico. Provocou a aceitação da separação do corpo da mente, a desconexão. Desafio proposto: busca da superação da
fragmentação e do tecnicismo em prol de vida mais humana; recuperação do
sensitivo, da compreensão da vida em conexão múltipla, do compartilhamento em
prol do rompimento e do aproveitamento dos avanços tecnológicos. Reconstruir a
humanidade em novas bases.
MORIN:
1)
Enfermidade cognitiva pela ausência do conhecimento e dos problemas-chave do
mundo. O conhecimento é o mundo. Problema universal para qualquer um: acesso a
informação, sua organização e articulação, como perceber e conceber. 2)
Insuficiência provocada por dados isolados. O contexto, o global, o
multidimensional e o complexo como necessários para a relação entre as partes
do todo organizadas ou desorganizadas. A necessidade de recomposição do todo.
Impossibilidade de conhecer as partes sem conhecer o todo e todo sem as partes.
3) Quanto mais poderosa é a inteligência geral, maior é a sua faculdade de
tratar problemas especiais. Livre exercício da curiosidade, faculdade mais
difundida e mais viva da infância e da adolescência. A contradição como
obstáculos à evolução da humanidade, da alteração de paradigmas. A
hiperespecialização como impeditivo para uma visão do global. A divisão
impossibilita entender o conjunto. Reducionismo: um impeditivo ao progresso. A
inteligência cega torna-se inconsciente e irresponsável. A humanidade deve se
aproveitar do tecnicismo, porém, sem subordinação a este. O desenvolvimento a
qualquer custo provocou cegueira gerando inúmeros erros sociais, técnicos e
educacionais entre tantos outros. Desafio
proposto: a educação como promotora de uma “inteligência geral” apta a
referir-se ao complexo, ao contexto, de forma multidimensional e numa concepção
global. Compreender um pensamento que separa e que reduz por meio de um
pensamento que distingue e que religa.
Referências:
BEHRENS, Marilda Aparecida. O paradigma emergente e a prática
pedagógica. Petropólis, RJ, 4. ed. Vozes, 2010.
MORIN, Edgar. Os sete saberes para a educação do futuro. Lisboa,
Portugal: ed. Neograf, 2002.
MORAES, Maria Cândida. Paradigma educacional emergente. 9. ed.
Campinas, SP: Papirus, 2009.
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