quarta-feira, 20 de maio de 2015

Mediação e tecnologia, ações e reações de participantes de um Fórum online: em busca de uma aprendizagem mais significativa no olhar avaliativo do processo

Mediação e tecnologia, ações e reações de participantes de um Fórum online: em busca de uma aprendizagem mais significativa no olhar avaliativo do processo

Genaldo Luis Sievert[1] SIEVERT, G.L.
Fabiane Lopes de Oliveira[2]


Aceito, apresentado e publicado na Ata do XXII Colóquio da AFIRSE - PORTUGAL.
ID-158 p. 686-695. ISBN-9789898272256-2015. Universidade de Lisboa
RESUMO
Este documento analisa os discursos elaborados durante a realização de um Fórum realizado no transcorrer da disciplina do Programa de Pós-Graduação da Escola de Educação e Humanidades da PUCPR - Brasil, em nível de Mestrado e Doutorado. Os participantes são a grande maioria de professores atuantes em instituição de educação básica e de nível superior de ensino. O Fórum foi desenvolvido com apoio de um texto base previamente esclhido, tendo como objetivo: a identificação de conteúdos produzidos que contemplem ser a mediação e a tecnologia elementos que se fundem num processo agregador e que potencializa a ação de professores e alunos. A participação dos envolvidos foi de forma aberta o que oportunizou a inserção de opiniões e teorizações sobre o tema daqueles que sentiram-se tocados para a participação e confluência de conteúdos e aprendizagens coletivas. A pesquisa, metodologicamente, encontra apoio nos passos descritos por Sievert (2013), numa condição apropriada para extração e análise de dados obtidos das atividades realizadas em ambientes virtuais de aprendizagem. A teoria desenvolvida foi apoiada nos seguintes autores:Tébar (2011), Souza (2004), Harasim (2005), Perrenoud (2000), Litto (2012), Behrens (2010), Moore (2010). O grande desafio encontrado no caminho de investigação, está no viés da percepção de como efetivamente os atores da aprendizagem adquirem-na e de que forma as competências midiáticas podem favorecer a sua aprendizagem, num espaçotempo que contribua para a sua formação e sua profissionalização na educação. As questões envolvendo os papéis atribuidos nessa pesquisa entrelaçam-se, demonstrando o real interesse por uma nova visão de aprendizagem, que oportunizará a avaliação da mesma com aspectos qualitativos, levando em consideração as competências de cada um, aprimoradas e desenvolvidas a partir de sua expertise. Os resultados apontam que os participantes do Fórum entendem a necessidade de fundir as ações dos docentes e discentes com as novas tecnologias disponíveis mesmo diante das possibilidades positivas e negativas. Também pontua a tênue relação das questões metodológicas, o que diz respeito aos docentes, seus saberes e compartilhamento de informações, presentes na realidade educacional atual, onde os recursos utilizados em ambientes educativos necessitam de uma maior utilização, promovendo uma mudança, e por que não dizer, uma ruptura de experiências e aprendizagens ultrapassadas, tornando-se mais efetivo e significativo.

Palavras-chave: Aprendizagem significativa, Olhar avaliativo, Mediação, Tecnologia, Metodologias inovadoras.
RÉSUMÉ
Ce document examine les discours élaborés au cours d'un forum qui s'est tenu dans le cadre de la discipline Programme Graduate École de l’ Education et des Sciences Humaines de PUCPR - le Brésil, la maîtrise et du doctorale. Les participants sont la grande majorité des enseignants travaillant dans l'institution de l'éducation de base et l'enseignement supérieur. Le Forum a été développé avec le soutien d'un esclhido texte de base précédemment, visant à: identifier le contenu produit être contemplant éléments de médiation et de la technologie qui se fondent dans le processus d'agrégation et qui renforce l'action des enseignants et des étudiants. La participation des personnes concernées a été ouvertement qui a fourni l'occasion d'insérer les opinions et les théories sur le sujet de ceux qui se sont sentis touché pour la participation et la convergence des contenus et l'apprentissage collectif. La recherche, méthodologiquement, trouve un appui dans les étapes décrites par Sievert (2013), une extraction et une analyse appropriée des données obtenues à partir des activités menées dans l'état virtuel des environnements d'apprentissage. La théorie a été développée et soutenue par les auteurs suivants: Tébar (2011), Souza (2004), Harasim (2005), Perrenoud (2000), Litto (2012), Behrens (2010), Moore (2010). Le principal défi à relever dans la recherche de voie est la perception de l'efficacité biaiser les acteurs de la prise de l'apprentissage dans le et comment les médias peuvent promouvoir vos compétences d'apprentissage dans un espace-temps qui contribuent à leur formation et leur professionnalisme dans l'enseignement. Les questions concernant les rôles attribués à cette étude sont entrelacées, ce qui démontre un réel intérêt pour l'apprentissage d'une nouvelle vision, qui favorise la même évaluation des aspects qualitatifs, en tenant compte de l'expertise de chacun, raffiné et développé à partir de son expertise. Les résultats indiquent que les participants au Forum comprennent la nécessité de fusionner les actions des enseignants et des élèves aux nouvelles technologies disponibles avant même que les possibilités positives et négatives. Ponctue aussi le rapport ténu entre les questions méthodologiques, respect pour les enseignants, leurs connaissances et le partage d'informations, présente dans la réalité actuelle de l'éducation, où les ressources utilisées en milieu éducationnel nécessitent une plus grande utilisation, la promotion d'un changement, et d'ailleurs, une rupture de l'apprentissage et des expériences obsolète devenir plus efficace et significatif.

Mots-Clés : Apprentissage significatif, regard de l'évaluation, mediation, technologie, méthodologies innovatrices.

Introdução
A mediação, um ato ou uma ação, aqui serão tratados como uma forma de intervenção que possui sentidos contrários, porém, com intenções mútuas que visam ampliar as condições consideradas adequadas na relação alunos/professores.
Parece-nos que as transformações virão com a conscientização dos professores imigrantes digitais e com o aperfeiçoamento daqueles que nesta era digital cresceram. Deixar de lado o ensino empirista e partir para uma aprendizagem centrada no aluno, interacionista, que vise impulsionar as novas práticas será o motor que impulsionará esta nova modalidade de ensinar.
Esta nova forma de relacionamento, mediada por aparatos tecnológicos, deverá modificar e tornar perene um novo de tempo ensinar, do saber-fazer, do saber crescer com a comunidade que aprende com mais autonomia, porém, com a orientação do novo professor, o professor mediador, ciberprofessor, crente na capacidade de desenvolver indivíduos capazes de, ao mesmo tempo aprendendo clamar dizendo: “assim acredito ser melhor para mim professor, podemos conversar sobre isto?”.
Não fosse a evolução dos meios de comunicação e informação não estaríamos, com certeza, neste momento, tecendo considerações iniciais a respeito da relação mediação e tecnologias. E foi durante a relação, de alunos de uma disciplina isolada do Programa de Pós-Graduação em Educação da Escola de Educação e Humanidades da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), que a oportunidade surgiu. Na sala virtual e no ambiente presencial conviveram Doutorandos, Mestres, Mestrandos e candiadtos a uma vaga no programa, estes últimos na condição de aluno especial. E diante do avanço da disponibilidade de novas tecnologias cresce a importância da capacidade do professor de mediar a educação e o desenvolvimento das capacidades cognitivas por meio da utilização dos Ambientes Virtuais de Aprendizagens (AVA’s).
Isto posto, verifica-se que a modalidade de ensinar a aprender e aprender ensinando surge através da inovadora e revolucionária infovia, encontrada no ciberespaço, proporcionado pelo advento da internet. A partir dos anos 80 e após diversos anos de estudos realizados e da utilização desta ferramenta para fins militares e governamentais, o sistema foi disponibilizado para a sociedade e chegou ao Brasil com força a partir dos anos 90. Quinze anos depois, 2005, é regulamentado o EAD no Brasil.
Como objetivo determinamos: a identificação de conteúdos produzidos que contemplem ser a mediação e a tecnologia elementos que se fundem num processo agregador e que potencializa a ação de professors e alunos.

Metodologia
Para amparar a discussão que ora iniciamos realizamos uma série de passos a partir do acesso ao AVA onde foi relizado um Fórum com a temática Aprendizagem mediada pela tecnologia, título de um texto de autoria da Professora Vani Moreira Kenski. O Fórum citado foi parte da disciplina Mediação Pedagógica e Tutoria Online, do Programa de Pós-Graduação citado.
 Ao buscarmos um meio ou modo de elencar os dados para análise optamos por utilizar os passos descritos por Sievert (2013)[3], que desenvolveu uma condição apropriada para extração e análise de dados obtidos de Fóruns realizados em AVA, conforme segue: a) acesso ao espaço online; b) acesso a sala virtual; c) acesso ao Menu – Fórum; d) expansão de todas as caixas de diálogo; e) seleção individual de cada participante seguida da seleção do conteúdo produzido; f) cada seleção foi copiada e transferida para um arquivo no Word; g) quando o conteúdo era extenso a caixa de resposta era aberta para possibilitar a seleção e cópia do conteúdo; h) o tempo de duração, copiar/colar, variou entre 1 e 2 horas;  i) no Word, os conteúdos foram codificados sendo utilizada a letras “P” acrescida das iniciais do nome completo de cada participante; j) para os professores/tutores foi utilizado o mesmo procedimento sem distinção destes e dos alunos; k) após a transferência para o Word, foi efetuada uma leitura total de todos os conteúdos; l) após esta leitura foi realizada uma formatação para melhorar a estética dos textos extraídos, mantendo-se os conteúdos intactos; m) após esta providencia era iniciado o processo de codificação dos diálogos no sentido de poder ser identificado aspectos como: importância da aprendizagem mediada pela tecnologia; importância da tecnologia como elemento de inserção na nova sociedade.
Ato contínuo e diante do objetivo do presente documento, entendemos ser pertinente estabelecer algumas considerações a respeito do que é ser um mediador.

A mediação, o mediador – discutindo sua relevância
      Parece-nos importante trazer ao contexto o que é o mediador na perspectiva de Feurstein, conforme destacado por Souza, (2004, p. 53): “é aquele capaz de enriquecer a interação do mediado com seu ambiente, utilizando ingredientes que não pertencem aos estímulos imediatos, mas que preparam a estrutura cognitiva desse mediado para ir além dos estímulos recebidos, transcendendo-os”. As ações de mediação podem estar presentes em qualquer situação do nosso dia a dia, nas esferas do ambiente familiar, profissional, do ensino e do aprendizado, das muitas ocorrências no ambiente profissional e de forma mais recente nas perspectivas do ensinar via ensino à distância.
      Assim cresce em importância a preparação dos novos professores para atuação junto aos alunos em EAD. Segundo Tébar “Os mediadores só alcançam empatia com o aluno ao desempenhar seu papel e situar-se no mesmo nível dele.” (2011, p. 272).
      A interação mediática em ambientes virtuais ou a mentoria deve ser exercida por profissionais capazes, habilidosos, sensatos, inseridos no atual contexto educacional para o ensino à distância.
      Desta feita, além das habilidades pedagógicas, serão necessários conhecimentos de ferramentas tecnológicas, de manuseio de interfaces em ambiente virtual de aprendizagem, capazes de fazer com que o aluno da era digital se torne capaz de explorar o ambiente e os recursos disponibilizados com habilidade tal que o transforme num indivíduo capaz de inserir-se no mundo em que vive.
Para Harasim et al,o mentor online é

[...] um profissional de determinada área que oferece retorno até o aprendiz (aluno) dominar a tarefa de aprendizagem. Neste momento o mentor desaparece, e o aprendiz começa a fazer exploração sozinho. [...] A interação aluno-mentor pode acontecer por várias semanas ou vários meses, durante os quais o aluno apresenta o trabalho várias vezes e vai obtendo retorno do mentor. A mentoria é uma técnica que vem sendo usada com sucesso em humanidades e ciências, do ensino fundamental à educação de adultos. (2005, p. 166)

Percebe-se que a velocidade da troca de informações provoca em todos os níveis a necessidade de auto-reformulação individual e coletiva, notadamente no campo econômico e educacional e destes evolui para o nível de tomadas de decisões, para uma mudança, hoje tão veloz, que poucos a percebem.
Assim, Harasim (2005) apresenta características que distinguem a comunicação que ocorre nos formatos atuais de conferência por computador e que oferecem uma estrutura conceitual para orientar e facilitar a implementação em redes de aprendizagem e que encontram no mediador a sua sustentação para inter-relacionar.
É preciso mais do que nunca, que o instrutor faça com que as interfaces utilizadas transformem a tela do computador numa janela para o mundo. Desta forma destaca-se a importância da comunicação de grupos, em qualquer lugar, a qualquer momento, textual e cada vez mais multimídia e, a troca de mensagens mediadas por computador.
No Brasil a LDB (Lei 9394\96), trouxe à luz, supostamente, as condições necessárias para modernizar o ensino a distancia, baseado na nova plataforma de comunicação. O que não traz efetivamente é uma modernidade curricular inserindo ao novo modelo, novas formas de ensinar no ciberespaço, engessando o ensino a distancia ao currículo disciplinar já existente.
Esta questão não é um privilégio brasileiro, porém, não significa que não devemos condená-lo, visto que é necessário entender as condições para mediar ou realizar a atualização e inserção ao campo da tecnologia dos nossos atuais professores. Contudo, por que não é discutida, também, a manutenção curricular atual?
      Entre as muitas controvérsias que rondam o aprendizado online, não só no Brasil, estão as resistências descabidas sobre a diminuição do número de professores e menores salários, por exemplo, quando a preocupação deveria ser: o que devemos e podemos fazer para a integração da nossa capacidade de ensinar ao novo modelo que a evolução da sociedade nos impõe? Porque realizamos greves para que esta ou aquela instituição não promova a inserção da EAD?
            Diante destas premissas básicas surge, em nossas reflexões, a importância do mediador, aquele que deseja inserir-se para inserir, que deseja aprender para ensinar, aquele que ensina aprendendo, aquele que se renova e que se modifica, que luta incessantemente para que o empirismo seja deposto, aquele que colabora, interage, responde e ouve e que busca e estimula novas formas de aprendizagem, que tem a coragem para inovar através da pesquisa, que partilha o que pesquisou.
            Muito além destes atributos, inerentes aos desafios de mediar, podemos constatar que a evolução dos meios de comunicação retiraram alguns tijolos da base de sustentação familiar, que sempre, auxiliou na manutenção da conduta dos indivíduos, em sua formação para a sociedade. Esta ausência da família, pelo excesso de autonomia que a evolução impõe às pessoas, faz crescer a importância para a formação de professores-mediadores capazes de conduzir este processo. Buarque (2012), em seu artigo intitulado “Formação e invenção do professor no século XXI”, destaca cinco desafios para a formação do professor: o uso dos novos equipamentos; a dinâmica do conhecimento; a presença da mídia; a ausência da família e o conhecimento precoce e a priori dos alunos. 
            Neste ciberespaço que nos leva a conduzir estas considerações sobre o mediador, que nada mais é que o professor adaptado e readaptado em função da dinâmica das novas condições necessárias às suas atividades, encontrou respaldo no artigo intitulado “O novo papel do professor na EAD”, de autoria de Tarcia e Cabral, publicado na obra “Educação à distância: o estado da arte”, onde o professor, detentor dos conhecimentos, passa a dividir espaço com inúmeras fontes e maneiras de veiculação de saberes. As autoras destacam, ainda:
[...] tal peculiaridade nos chama a atenção para a importância do professor como mediador do conhecimento, como gestor de situações que possam ampliar a sensibilidade do estudante por lhe fornecer parâmetros para a pesquisa confiável, por exemplo. [...] O grande desafio é, portanto, como fazer, como agir, como ser agente e permitir que os discentes também o sejam. (2012, p. 323).

           
O viés que ora se discute cresce em importância, visto que novos paradigmas surgirão para que, numa constante e crescente modificação, novas formas para ensinar mediaticamente surjam e proporcionem a absorção de novos conhecimentos.
De acordo com Behrens (2010, p. 55), “A produção de conhecimento com autonomia, com criatividade, com criticidade e espírito investigativo provoca a interpretação do conhecimento e não apenas a sua aceitação.” Assim podemos entender o rápido avanço das redes sociais, propagação dos depósitos de conteúdos de produção literária, das rápidas contribuições que são adicionadas incessantemente aos mais diversos locais disponibilizados por organizações com ou sem fins lucrativos.
 Ensino e Educação estão atrelados pelas algemas do conhecimento hoje dinâmico e pulsante e, mais que tudo, aceito por indivíduos sedentos, que estão por libertar-se pelo conhecimento. A Internet deverá permanecer como uma das mais, senão a mais revolucionária ferramenta de produção e distribuição de conhecimento, bem como de união entre as mais variadas nações e suas populações.
A aprendizagem na EAD requer de seus professores, mediadores e tutores, o entendimento da importância de uma atuação aprimorada. Souza (2010) destaca que a aprendizagem mediada, caracterizada fortemente em EAD, é o caminho pelo qual os estímulos são transformados pelo mediador, por suas intuições, emoções e cultura. Claramente o aspecto relacionado ao professor e seu desempenho como mediador no EAD, é fator relevante para a continuidade dos ensinamentos online.
            Ressalvadas as proporções que cada uma representa no atual cenário do ensino, caberá ao professor-mediador já experiente, ou ainda, aquele que está inserido nas atividades mediáticas, o repensar constante. Assim como a dinâmica da troca de informações, o aproveitamento das novas oportunidades para capitalizar recursos poderá causar atrasos. Tudo em nome da economia e da evolução dos estados.
            O aprendizado colaborativo é o destaque, porém este por si só não implica na maior produção cultural ou até mesmo uma melhora acentuada nas relações mediador/discentes. Tudo o que está sendo discutido, passa por momentos e esferas de amplas discussões e aprofundamentos teóricos, urgentes para a formação de professores que atuem como mediadores, online ou não, e que pensam e se responsabilizam com a promoção de uma sociedade mais igualitária.
            Todo este esforço na busca de soluções gera dúvidas ou controvérsias sobre o que as novas ferramentas poderão proporcionar. É interessante destacar o que Quéau deixou como contribuição na obra A Religação dos Saberes, obra organizada e idealizada por Edgar Morin:

O desafio a enfrentar é realmente o de fazer com que nasça uma verdadeira cultura a partir de algo que, até agora, não passa de uma espécie de ventania tecnológica e informacional. A cibercultura só merecerá realmente este nome quando terá sabido encarnar as aspirações profundas dos cidadãos planetários em que nos estamos transformando. (2010, p. 464).

            Para quem então tem grande valia o trabalho do mediador? Com certeza àqueles menos favorecidos e que necessitam de auxílio durante este processo de infoinclusão no campo do ensino. Esta responsabilidade destaca-se na função que exercem ou exercerão os futuros mediadores e desta forma, os aspectos de convivência social e humanitária ganharão destaque.
            O Mediador será aquele que receberá o status de conciliador, orientador, facilitador, ciberprofessor. Afinal temos a consciência que as mazelas sociais continuarão a fazer vítimas e as excluirão privando-as dos benefícios que as novas tecnologias proporcionarão aos indivíduos e que fará com que seus atos, pesquisas e atitudes revertam os novos conhecimentos e saberes em prol de uma sociedade mais justa e igualitária.
            A importância do mediador ganha destaque em todas as frentes de trabalho no ensino presencial e à distância. No EAD, foco da nossa discussão neste artigo, percebe-se que não somente durante a realização do curso, mas, até mesmo nas situações de evasão de alunos, este profissional deve atuar.
Não podemos deixar de apontar possíveis fatores que influenciam o sucesso dos alunos, relacionados aos programas dos cursos e que foram identificados por Moore e onde fica latente a importância do professor-mediador:

·                A relevância do conteúdo percebida para a carreira ou para interesses pessoais;
·                A dificuldade do curso e do programa (isto é, quantidade de tempo/esforço necessária);
·                O grau de apoio ao aluno;
·                A natureza da tecnologia usada para a transmissão do curso e a interação;
·                A extensão das etapas ou da programação envolvida;
·                A quantidade e a natureza do feedback recebido dos instrutores/orientadores relativamente às tarefas e ao avanço no curso;
·                A quantidade e a natureza da interação com instrutores, orientadores e outros alunos. (2010, p.185).

Os fragmentos sobre a importância do professor-mediador vão sendo pinçados e reforçam a importância que o assunto requer. Lemos, (2010, p. 15), salienta que: “a cultura contemporânea, associada às tecnologias digitais (ciberespaço, simulação, tempo real, processos de virtualização, etc.), vai criar uma nova relação entre a técnica e a vida social que chamaremos de cibercultura”.
É nesta cultura ou cibercultura, que os novos paradigmas se fixam e colocam o grande desafio: como se tornar um mediador, um animador, um tutor, um ciberprofessor, se não se sabe qual é o papel do professor? Esta pergunta carece de respostas, mas antes de tudo, de perguntas feitas pelos professores, onde podemos ainda instigar e suscitar a seguinte indagação: como podemos fazer com que os alunos estejam em sala de aula, virtual ou presencial, e que ainda valha a pena querer ir além?
Cabe a pergunta se o professor, que é um imigrante digital, está preparado para lidar com o aluno, um ser nativo digital? Qual a importância e relevância que deve haver nesta relação mediador/mediado, onde cada um estará no papel de gerenciador, de acordo com o que será desenvolvido? O professor está preparado para aprender a aprender com o seu aluno? A mediação pressupõe um fator de interação e esta importância que a mediatização tem na educação é quebrar, derrubar barreiras, onde todos, professores, mediadores e alunos possam caminhar juntos, numa descoberta constante e com compromisso de ampliar e significar o seu aprender e saber.
Feitas estas considerações vamos então aos conteúdos extraídos dos quais desejamos obter elementos dos personagens que ali, no Fórum, contribuiram, durante o período compreendido entre 13 e 19 de outubro e 2011, no sentido de identificar elementos que possam embasar nosso objetivo.

As manifestações dos participantes, prós e contras
Abaixo apresentamos em um Quadro o resultado da seleção de alguns dos participantes do Fórum em questão no qual é possível observar a relação da palavra chave selecionada e do sentido percebido pelos autores do artigo.

Quadro 1. Ações e reações dos participantes, prós e contras.
Palavra chave
Participante
Sentido que atende o objetivo do Fórum da discussão no documento
Significado
PG
Utilização de tecnologias para atuar e mediar
Resistência
PDCAM
Dos docentes o que impede a capacidade de potencializar a sua ação e dos discentes
Mudanças
PDCAM
Rapidez e as dificuldades de adaptação e acompanhamento
Atingir
PDCAM
Falar para todos, exigência múltipla de adaptação
Transformações
PDCAM
Alcançar e dominar todas as tecnologias, porém, conhecer tudo também pode significar estar estagnado
Acesso
PG
Garantia de acesso para todos
Diferença
PBRPG
Com o sentido da ação do professor sobre a modificação do docente e não o acesso irrestrito
Pesquisa
PJP
Tecnologia sem mediação de um professor não é frutífera; há necessidade de mediação
Benefícios
PFBVF
O professor mediar, passar a usar e compreender
Necessidade
PG
Mediação e orientação para otimizar a utilização
Nova forma
PBRPG
A ação online requer um repensar as ações de natureza pedagógica e tecnológica
Mediação
PWTS
Exige desempenho docente criterioso e competente, trabalho colaborativo e com autonomia
Mediação
PCMZ
Demanda abertura para aprender, flexibilidade e uma postura reflexiva, articulação dos princípios de ensino-aprendizagem
Fonte: os autores, 2014.

Considerações para reflexão
Durante este exercício de reflexão elencamos o seguinte objetivo: identificação de conteúdos que contemplem ser a mediação e a tecnologia elementos que se fundem num processo agregador e que potencializa a ação de professores e alunos. Traçamos ao longo do texto considerações iniciais que situam a exploração do tema na atualidade visto o imenso avanço das tecnologias da comunicação e informação e das infinitas possibilidades de aplicação nos mais variados campos, sendo aqui discutidos à luz da aplicação no campo da educação, seja presencial ou online. Discorremos brevemente sobre a metodologia e avançamos nas considerações sobre a importância da mediação e do mediador. Exploramos em seguida os discursos inseridos pelos participantes do Fórum e deles extraímos, ao nosso entendimento, elementos que consideramos oportunos e relevantes do entendimento dos participantes, sendo estes na maioria professores atuantes nos diversos níveis da educação. Escolhemos uma forma simples e prática para elencar variáveis de importância para os participantes e que, cuja conotação, expressa uma ação ou uma ideia relevante na percepção do produtor do discurso.
O resultado da exploração de dados do Fórum nos apresentam elementos que se encontram com a ideia expressa em nosso objetivo: “mediação e a tecnologia elementos que se fundem”. Desta forma o conteúdo da tabela nos contempla com o que entendemos atender ao nosso desafio: Tecnologia sem mediação de um professor não é frutífera; há necessidade de mediação; A ação online requer um repensar as ações de natureza pedagógica e tecnológica; Mediação e orientação para otimizar a utilização.
Tão importante quando a fusão da ação e da utilização se apresenta a mediação que no entendimento dos participantes: exige desempenho docente criterioso e competente, trabalho colaborativo e com autonomia bem como demanda abertura para aprender, flexibilidade e uma postura reflexiva, articulação dos princípios de ensino-aprendizagem. Como benefício foi apontado que o professor deve mediar, passar a usar e compreender o significado de mediar e o ato com TICs.
As dificuldades não poderiam deixar de ser contextualizadas e o seguinte foi elencado quanto a resistência dos docentes: o que impede a capacidade de potencializar a sua ação e dos discentes; neste quesito também pode ser acrescentado que as mudanças podem diante da rapidez com que acontecem causar dificuldades de adaptação e acompanhamento.
Por fim, estas considerações não finalizam a discussão, mas abrem uma nova janela, cuja visão nos permite afirmar: é necessário ouvir mais, aprender mais, aperfeiçoar e continuar num constante renovar, fato que se comprova diante das preocupações apontadas quanto ao aprimoramento dos docentes para atuar neste novo cenário.
    
Referências

BEHRENS, Marilda Aparecida. O Paradigma Emergente e a Prática Pedagógica. RJ, 4. Ed. Vozes, 2010.
BEHRENS, Marilda Aparecida. Paradigma da Complexidade. RJ, 2. Ed. Vozes, 2008.
BUARQUE, Cristóvam. Formação e invenção do professor no século XXI. Disponível em: <http://www.sinpeem.com.br/lermais_materias.php?cd_materias=481> Acesso em: 20Mar14.
BRASIL, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira. Lei 9394/96.
LITTO, Michael Frederic. Educação à Distância: o estado da arte. SP, Ed. Pearson, 2009.
LITTO, Michael Frederic. Educação à Distância: o estado da arte, volume 2. SP, Ed. Pearson, 2012.
MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários para a educação do futuro. São Paulo, Cortez, Brasília, DF UNESCO, 2010.
MOORE, Michael G. Educação a Distância: Uma Visão Integrada. SP, Ed. Cengage Learning, 2010.
PERRENOUD, Philippe.  As competências para ensinar no século XXI: a formação dos professores e o desafio da avaliação.  Porto Alegre, Artmed, 2002.
PERRENOUD, Philippe. Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre, Artmed, 2000.
SIEVERT, G. L. Formação online para professores que atuam com alunos em tratamento de saúde. Orientadora: Elizete Lúcia Moreira Matos. Curitiba: PUCPR, 2013.
SOUZA, Ana Maria Martins de. A mediação como princípio educacional: bases teóricas das abordagens de Reuven Feuerstein.  SP, Ed, Senac, 2004.
TÉBAR, Lorenzo. O perfil do professor mediador: pedagogia da mediação. Ed. Senac, SP, 2011.






[1] Administrador de Empresa, Especialista em Gestão de Custos e Preços e Formação Pedagógica do Professor Universitário. Mestre em Educação, Professor Universitário: glsievert@gmail.com

[2] Pedagoga, Especialista em Psicopedagogia, Aprendizagem Cooperativa e Tecnologias Educacionais e Linguística aplicada à produção de textos. Mestre em Educação. Professora da PUCPR dos cursos de Pedagogia e Licenciaturas e de cursos de Especialização, Doutoranda em Educação. Contato: fabiane.lopes@pucpr.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário