segunda-feira, 6 de abril de 2015

Avaliando a elaboração de um método para pesquisas em ambiente virtual de aprendizagem, a prática e a criatividade na pesquisa qualitativa.

Avaliando a elaboração de um método para pesquisas em ambiente virtual de aprendizagem, a prática e a criatividade na pesquisa qualitativa.

Genaldo Luis Sievert[1] SIEVERT, G.L.
Aceito, apresentado e publicado na Ata do XXII Colóquio da AFIRSE - PORTUGAL.
ID-162 p. 666-675. ISBN-9789898272256-2015. Universidade de Lisboa
RESUMO
Este documento tem por objetivo avaliar e apresentar as etapas iniciais de um processo metodológico elaborado para conduzir uma pesquisa, em um ambiente virtual de aprendizagem (AVA), tendo, ainda, como apoio a utilização de software (Atlas.ti) para auxiliar na organização dos conteúdos e a posterior intenção de localização de dados para corroborar dados trabalhados em uma dissertação. Ao longo do documento serão apresentados fundamentos teóricos pertinentes à aplicação em análise qualitativa de dados. O Corpus analisado são Fóruns de um curso de formação continuada, para profissionais que atuam com alunos em tratamento de saúde. São dados empíricos obtidos a partir da extração dos conteúdos disponíveis no AVA. O resultado oriundo desta organização inicial é a posterior facilidade para a elaboração de elementos codificadores e categorizadores no software Atlas.ti. As etapas desenvolvidas com o apoio dos conteúdos elaborados pelos autores citados serão descritas passo a passo. O presente texto é um recorte de uma dissertação e que encontra no software Atlas.ti apoio técnico e organizacional que proporcionaram ao pesquisador condições especiais para ampliar a visão da análise com autonomia e abstração. A pesquisa é exploratória e qualitativa. O apoio teórico encontrou respaldo nos seguintes autores: Strauss e Corbin (2008), Stake (2011), Gray (2012), Flick(2009), Lankshear e Knobel (2008), Gibbs (2009) e Bardin (2011).  O resultado aponta que um planejamento e a aplicação de procedimentos metodológicos proporcionarão condições adequadas para pesquisa qualitativa em um AVA, além de segurança no tratamento da coleta de dados.
PALAVRAS-CHAVE
Análise. Pesquisa qualitativa. Software. Grupo focal. AVA.

Évaluant l'élaboration d'une méthode pour des recherches en environnement virtuel d'apprentissage, la pratique et la créativité dans la recherche qualitative.

RÉSUMÉ
Ce document a pour objectif d’évaluer et de  présenter les premières étapes d'un processus méthodologique conçu pour effectuer des recherches, dans un environnement d'apprentissage virtuel (AVA), ayant, ainsi, comme appui l'utilisation de logiciel (Atlas.ti) pour aider à l'organisation des contenus et l'intention postérieure de localisation de données pour corroborer des travaux déterminés dans un Mémoire de maîtrise. Tout au long du document seront présentés des fondements théoriques pertinants à l’pplication dans l'analyse de données qualitatives. Le Corpus analysé sont des forums d’un cours de formation continue, pour des professionnels qui travaillent auprès des élèves en matière de soins de santé. Ce sont des données empiriques obtenus à partir de l'extraction des contenus disponibles dans AVA. Le résultat issu de cette organisation initiale est la facilité ultérieure pour l’élaboration d’éléments encodeurs et catégorisateurs dans le logiciel Atlas.ti. Les étapes réalisées avec le soutien des contenus développés par les auteurs cités seront décrites étape par étape. Ce texte est un extrait d'un Mémoire de maîtrise qui trouve dans le logiciel Atlas.ti l’appui technique et organisationnel qui ont proportionné au chercheur des conditions particulières pour agrandir la vision de l'analyse avec autonomie et abstraction. La recherche est exploratoire et qualitative. Le support théorique a trouvé un appui chez les auteurs suivants: StrausseCorbin (2008), Stake (2011), Gray (2012), Flick (2009), Lankshear et Knobel (2008), Gibbs (2009) et Bardin (2011). Le résultat montre que la planification et l'application des procédures méthodologiques offront des conditions adéquates pour la recherche qualitative dans un AVA outre la sécurité dans le traitement de la collecte des données.
MOTS-CLÉS
Analyse. Recherche qualitative. Logiciel. Groupe de discussion. AVA.
1. INTRODUÇÃO
A pesquisa qualitativa, notoriamente evoluiu a patir da década de 1950[2]. As necessidades imperativas em prol de uma maior abrangência de análise de dados, bem como o desenvolvimento de análises com maior amplitude levaram os pesquisadores a abstrair, discutir e rediscutir seus argumentos de resultados de pesquisa.
Desta forma uma nova vertente se desenvolvia até o momento em que se encontra com a tecnologia, que com seu avanço no desenvolvimento de softwares, permitiu que programas fossem elaborados com a finalidade de facilitar o manuseio de grandes volumes de dados além de ampliar a capacidade de organização para os pesquisadores. Stake (2011, p. 25-26) aponta elementos que tornam a pesquisa qualitativa relevante. Vejamos o que, tem a contribuir:
[...] o estudo qualitativo apresenta as seguintes características especiais: a) é interpretativo, pois fixa-se nos significados das relações humanas a partir de diferentes pontos de vista; b) é experiencial pois enfoca as observações feitas pelos participantes do corpus considerando o que eles veem e o que sentem; c) é situacional visto que é direcionado aos objetos e às atividades em contextos únicos, d) é personalístico, pois, é empático e busca compreender as percepções individuais, buscando mais a singularidade do que a semelhança, compromissos de valor; e) quando bem conduzido, também é provável que seja bem triangulado, com boas evidências, assertivas e interpretações; f) os pesquisadores qualitativos tem opções estratégicas podendo trabalhar com generalizações ou particularidades, interromper ou continuar o estudo posteriormente, podem defender um ponto vista, destacar uma visão mais lógica ou mostrar múltiplas realidades.
                                                                                                          
Neste contexto e visando oportunizar aos leitores uma melhor compreensão do que é pesquisa qualitativa, e a importância da elaboração de um método para a pesquisa, ou para as pesquisas de um modo geral, é que vamos abordar esta temática, um desafio que, pretendemos, seja provado com absorção de conhecimentos adquiridos ao longo da vida e o agregamento destes àqueles adquiridos ao longo dos nossos estudos.    
Não poderiamos deixar de abordar as possibilidades da pesquisa com a utilização de um software, que, neste estudo foi desenvolvida com a utilização do Atlas.ti. Abordamos esta vertente, pois, entendemos que a mente humana dinâmica e incessante, tem suas limitações quanto à capacidade de armazenamento e organização de dados diversos.  Entendemos ser um software desta natureza de extrema importância para ampliar o desenvolvimento da pesquisa, do relatório da pesquisa, da organização e do que esta poderá prover ao pesquisador no sentido de com habilidade, abstração e criatividade possa obter sucesso na sua empreitada.
 2. DESENVOLVIMENTO
Durante o desenvolvimento da Dissertação analisamos dois Fóruns sendo um de integração, uma atividade inicial para ambientar os participantes do curso online, oriundos de diversas regiões do Brasil; o segundo Fórum é o final no qual os participantes, professores que atuam com alunos em tratamento de saúde deixaram expressas suas manifestações de avaliação do curso.
O Fórum inicial, quando da extração do seu conteúdo, gerou 162 páginas de conteúdo e um total de 46.169 palavras, originadas dos diversos diálogos interacionais levados a termo pelos alunos/professores. Deste trabalho de pinçamento de dados do Fórum inicial é que surgiu a necessidade de um caminho norteador para proceder, posteriormente, a análise dos dados.
Objetivando alcançar o sucesso na intervenção nas salas virtuais de aprendizagem, cujo objetivo é a análise dos aspectos mediáticos, interacionais e contributivos, uma metodologia de trabalho específica para o caso em questão, foi elaborada.  Para sustentar o que apresentaremos como o nosso método de pesquisa, ou como os passos que orientariam o nosso trabalho, buscamos em Strauss e Corbin, (2008, p. 17), que metodologia, métodos e codificação, são respectivamente:

 [...] uma forma de pensar sobre a realidade social e de estudá-la. [...] um conjunto de procedimentos e técnicas para coletar e analisar dados. [...] os processos analíticos por meio dos quais os dados são divididos, conceitualizados e integrados para formar a teoria.

Entenda-se que o contexto do campo de análise é um AVA e para iniciar um procedimento específico elaboramos uma sequencia para nos auxiliar em todas as etapas, inclusive, envolvendo os procedimentos necessários para a utilização do software Atlas.ti, que, é utilizado para uma etapa seguinte da exploração em estudo.
O método desenvolvido para análise da pesquisa deste grupo focal em um AVA é detalhado abaixo, numa etapa inicial, a ampliação da pesquisa e o processo de codificação e categorização serão descritos sucintamente na sequencia.
Este material foi extraído com expansão de todos os fóruns sob análise, da seguinte maneira[3]: a) acesso ao espaço online; b) acesso a sala virtual; c) acesso ao Menu – Fórum;  d) expansão de todas as caixas de diálogo;  e) seleção individual de cada participante seguida da seleção do conteúdo produzido; f) cada seleção foi copiada e transferida para um arquivo no Word; g) quando o conteúdo era extenso a caixa de resposta era aberta para possibilitar a seleção e cópia do conteúdo; h) o tempo de duração, copiar/colar, variou entre 3 e 4 horas para cada um dos fóruns; i) no Word, os conteúdos foram codificados sendo utilizadas as letras A, B, C, D e E, identificando cada sala virtual; para identificar os alunos virtuais, as letras foram acrescidas de um número a partir do número 1, em ordem crescente conforme o acesso de um novo aluno/professor nos diálogos textuais iniciais com os números inseridos entre parênteses, A(1), B(3), C(5), D(8) E(31)... E(41);  j) para os professores/tutores foi utilizada a letra P, seguida de um número a partir do número 1, em ordem crescente por ordem de aparição durante o desenvolvimento dos diálogos textuais com os números inseridos entre parênteses, P(1), P(2)... P(10);  k) após a transferência para o Word, foi efetuada uma leitura total de todos os conteúdos; l) após esta leitura foi realizada uma formatação para melhorar a estética dos textos extraídos, mantendo-se os conteúdos intactos; m) após esta providencia era iniciado o processo de codificação dos alunos virtuais; n) após a codificação foi elaborada uma planilha para onde os nomes completos dos alunos virtuais foram transferidos juntamente com a codificação; o) durante o processo de extração dos conteúdos há a ocorrência de participação, por vezes, de um mesmo aluno virtual e isto ocasionou, em poucas situações, a codificação de um mesmo participante com códigos[4] diferentes; p) quando isto ocorria era mantida a primeira codificação e a posterior não era redirecionada a nenhum outro participante, prosseguindo-se com a sequencia estipulada; a detecção desta eventual falha foi possível ao utilizarmos para conferência dos códigos, o recurso de localização do Word 2010 que apresenta uma caixa lateral onde é possível identificar o que foi digitado assim quando um nome era digitado trazia consigo o código a ele destinado, indicando, inclusive, as páginas em que estava inserida a referência a ele destinada; q) após a codificação todos os nomes dos alunos/professores virtuais eram excluídos, bem como os dos professores/tutores;  r) após esta providencia uma nova leitura era executada com o objetivo de identificar: apresentação dos alunos virtuais, relato de uma experiência, citação de utilização de TIC em suas atividades, desenvolvimento de diálogos entre alunos/professores e professores/tutores/alunos, entre outras características próprias de um fórum; s) os autores consultados para apoiar e fundamentar o problema de pesquisa, metodologia e teoria ao longo do desenvolvimento da dissertação, consta, sem exceções da lista de referencia;  t) após a citação dos diálogos foi efetuada uma verificação dos conteúdos transferidos para o corpo de um capítulo, ou elaboração de um artigo, visto que dos relatos foram utilizados conteúdos para capítulo de livro, por exemplo, utilizando-se para isto a ferramenta do Word, já citada anteriormente; u) uma verificação importante utilizando esta ferramenta foi no sentido de evitar repetição de citação de conteúdo em momentos diferentes durante a construção da dissertação – para isto foi construída uma tabela de controle, cabe salientar que esta localização poderá sofrer alteração se ocorrer acréscimo de conteúdo e/ou correções a executar durante o processo de desenvolvimento da dissertação, porém a importância está em manter o controle nas entradas dos diálogos evitando a saturação e/ou repetições; v) o aspecto segurança na guarda dos dados também deve ser levado em consideração e nesta pesquisa todos os materiais foram adicionados aos recursos Dropbox e Google Drive, como uma forma de manter e assegurar, intactos, todos os arquivos, e em condições de acessibilidade de qualquer ponto do planeta a partir de uma estação de trabalho.  Esta possibilidade existe em função da recente disponibilidade dos serviços conhecidos como computação na nuvem[5].
Destacamos que durante a realização do estudo e em função da ampla pesquisa teórica, pertinente a legislação, aspectos históricos e análise da estrutura do curso online, houve acréscimo no número de Códigos, para que, desta forma, fosse possível ampliar a pesquisa, indo além dos limites estabelecidos nos objetivos anteriormente fixados. Desta forma elaboramos diversos Códigos. Código é um elemento fundamental na pesquisa qualitativa. Neste caso utilizamos o que Bardin (2011, p.149), descreve como procedimento por “caixas”, visto que fomos codificando/categorizando a medida que encontravamos os elementos para poder facilitar a análise dos conteúdos. Para Bardin (2011, p. 147), “as categorias são rubricas ou classes, as quais reúnem um grupo de elementos (unidades de registro, no caso da análise de conteúdo) sob um título genérico, agrupamento esse efetuado em razão das características comuns destes elementos".
Ao utilizar-se o procedimento de análise de conteúdo qualitativa alguns cuidados devem ser observados no sentido de manter o controle da pesquisa. Neste viés Flick (2009, p. 295), indica alguns pontos-chave que devem permear a condução da codificação e categorização:

A codificação pode partir do texto para desenvolver um conjunto de categorias (codificação teórica ou temática) ou pode adotar um conjunto de categorias como ponto de partida (análise de conteúdo). Com frequência, pode-se encontrar uma combinação das duas estratégias. Na codificação teórica, as categorias provenientes da literatura dos primeiros textos são utilizadas também na codificação dos textos posteriores. A análise global pode ser uma etapa preparatória desses procedimentos de codificação, mas não é a única. O mais importante é a sensibilidade do pesquisador na codificação do material em relação ao que nele ocorre. A codificação é, muitas vezes, uma combinação de uma análise de boa qualidade de algumas partes do texto e uma classificação preliminar e resumida de outras partes.

A pesquisa qualitativa recebe atenção especial também dos autores Lankshear e Knobel (2008, p. 197) que destacam a relevância e descrevem ter havido:

[...] um progresso recente na pesquisa qualitativa que envolve a coleta de dados de observação em espaços on-line acessíveis, como salas de bate-papo, “universos” de jogos on-line e outros tipos de mundos virtuais, construídos por membros de websites para comunicarem-se com outras pessoas. Grande parte da observação que acontece on-line é baseada no texto.

A escolha de um software para análise dos conteúdos dos fóruns é a expectativa de facilidade que este artefato poderá proporcionar quanto à definição de indicadores para localização de passagens do texto que são relevantes para a pesquisa; além disso, a construção de referências cruzadas eletrônicas, chamadas de hyperlinks que são utilizadas para “saltar” entre trechos; é notória, também, a capacidade para o armazenamento de comentários dos pesquisadores; a indexação de links; a possibilidade de utilização de filtros para busca por segmentos de textos; a capacidade de recuperação de segmentos de texto e por último e não menos importante a capacidade para recuperação de atributos quantitativos do banco de dados; Flick (2009).
É importante destacar que existem diversos tipos de softwares para análise de dados qualitativos e que a nossa escolha recaiu em utilizar o Atlas.ti, por haver no Programa de Mestrado em Educação da PUCPR, uma disciplina específica para instrução da utilização. Outros programas citados em Flick (2009), Strauss e Corbin (2008), Udo Kelle (2011), Gibbs (2009), e Gray (2012) são: NVivo e MAXqda, por exemplo, sendo que estes últimos “têm suporte mais simples para a codificação hierárquica” Gibbs (2009, p. 138), enquanto o Atlas.ti suporta hierarquias por recurso de rede. Estes softwares são denominados como um SADQ, software de análise de dados qualitativos. 
Para analisar no Atlas.ti uma nova codificação foi acrescida da seguinte forma:
a) para o aluno/professor B(1) foi estabelecida a seguinte relação: W-AlunoProfB-01, e assim sucessivamente para todas as salas em análise; b) para o professor/tutor P(1) foi estabelecida a seguinte relação: W-ProfB-01, e assim sucessivamente para todas as salas em estudo. Esta modificação foi necessária para ampliar a condição de criar grupos ou famílias, pois, toda a pesquisa foi elaborada por salas, A, B, C, D e E.
3. CONSIDERAÇÕES
Diante do exposto iremos apresentar em nossas considerações de como uma experiência pessoal tem a contribuir para com o pesquisador.
Um dos aspectos mais relevantes na pessoa do pesquisador é a iniciativa aliada à pro-atividade, organização, disciplina e reflexão ou abstração. Deve-se somar a estes pré-requisitos a essência para um trabalho bem sucedido: saber reconhecer suas deficiências e erros e a aceitação de críticas pertinentes e enriquecedoras.
Assim como no seu dia a dia, ele deverá ter a capacidade de refletir sobre o que deseja construir para obter um determinado resultado, reflexão e interpretação assumem um papel fundamental na caminhada do pesquisador.
É importante lembrar-se do que já relizou como indivíduo, visto ser a reflexão e abstração a base da sua capacidade de traduzir análise de dados em desenvolvimento de pesquisa e o respectivo resultado.
Ao longo dos anos, e ainda na minha infância, por exemplo, a aplicação de um método já era palpável. De muitos auxílios prestados para a minha avo, uma excelente costureira, é possível extrair um passo a passo para a extração de um molde de uma peça de costura.
Vejamos como é possível: a) escolher o modelo a ser extraído do conjunto composto por diversos moldes e tamanhos; b) estender o “mapa” de moldes sobre uma mesa; c) aplicar sobre o mapa uma ou mais folhas de papel transparente; d) sobre este papel transparente estabeler as linhas do molde escolhido, utilizando para isto um lápis, caneta, ou utilizando uma carretilha para molde de costura; e) recortar o molde estabelecido no papel; após esta etapa provavelmente o tecido já havia sido escolhido e seguia-se, então, para a marcação no tecido com o auxílio de um giz apropriado; f) após o corte do tecido é estabelecido; g) na sequencia a união das peças com um alinhavo; h) após uma primeira prova e os ajustes necessários; i) feito isto a costureira efetuava a costura na máquina, fazia os ajustes necessários e seguia-se uma nova prova com a peça vestida pelo interessado; j) novos ajustes se necessário, acabamentos e finalização.
Nas diversas ciências ocorre com frequencia e muitas vezes de forma rotineira esta situação tamanha a confiança que se adquiriu com as praticas oriundas de diversos processos, iniciados, analisados, testados ao longo de anos, décadas, séculos. Neste caso cabe ao pesquisador apropriar-se da dúvida para estabelecer critérios para a sua pesquisa. Um alto grau de aptidão crítica é, sem dúvida, elemento de apoio para o enriquecimento da pesquisa.
Insistimos na importância da coordenação, disciplina e coerência, abstração e reflexão, anotações em todas as etapas, exploração de possibilidades, ou seja, este ou aquele é o melhor caminho, aqui entendido como o método a ser aplicado e/ou seguido.
A Pesquisa Qualitativa (PQ) está diretamente relacionada ao aprofundamento de um estudo, seja de uma organização ou grupo social existente em uma área geográfica ou em um ambiente virtual, disposto nas mais diversas plataformas virtuais nos cinco continentes.
Assim, entendemos haver sido comprovado, de acordo com procedimentos rotineiros na vida de um determinado profissional, neste caso uma costureira e deste autor, que um método é o caminho a ser percorrido e sedimentado com os conhecimentos adquiridos de forma regular e constante, aprimorados e discutidos para melhoria dos diversos trabalhos de pesquisa.
Para salientar o caráter de comprovação do método aplicado ao projeto em questão e não ter sido possível encontrar um método já explorado é que buscamos e apresentamos abaixo um quadro no qual é possível constatar a importância de se conhecer o que significa seguir por um caminho, sendo este entendido como um método para pesquisa. O Quadro 1, apresenta dados que visam chancelar o assunto explorado neste artigo.

Quadro 1. O método segundo alguns autores.
Autor
Teoria apresentada











Para este autor: o método é um processo natural oriundo da percepção e da capacidade de criação do pesquisador.





Flick (2009, p. 18)
O conhecimento do cotidiano pode ser usado como ponto de partida para o desenvolvimento da pesquisa empirica.
Bonat (2009, p. 21)
O método é o caminho a ser trilhado pelo pesquisador [...]. Pode ser entendido como um conjunto de etapas que serão vencidas de forma sistematizada na busca pela “verdade”.
Ciribelli (2003, p. 30)
Podemos definir método como o procedimento, ou conjunto de procedimentos que servem para alcançar o fim da investigação [...].
Apolinário (2007, p. 132).
Sequência lógica de procedimentos que se deve seguir para a consecução de um objetivo. Neste sentido mais geral, todas as formas de conhecimento são caracterizadas pela presença do método.
Strauss e Corbin (2008, p. 17).
[...] um conjunto de procedimentos e técnicas para coletar e analisar dados.
Kahlmeyer-Mertens (2007, p.115).
“[...] método se define como um modo de poceder, seja um fazer, um agir, um conhecer, para alcançar um fim previamente projetado. Abreviadamente: método é a ordem dos elementos de um processo para atingir um fim (Descartes, 1999, Apud: Kahlmeyer-Mertens, 2007).
Leni (1965 p. 148).
[...] o método é a alma da teoria.  Apud: Minayo, (1993, p. 9).
Fonte: O autor, 2014, adaptado das obras citadas.

Por fim um pesquisador dever ser criterioso, criativo, disciplinado, dedicado e humilde o suficiente para aceitar críticas, reflexivo e saber interpretar os dados com os quais estará trabalhando, além de compreender que nada é definitivo, sempre haverá a possibilidade de se fazer mais e melhor.
REFERÊNCIAS
APOLINÁRIO, Fabio. Dicionário de metodologia: um guia para a produção do conhecimento científico. 1. ed. 2 reimpr. São Paulo: Atlas, 2007.

BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011.

BONAT, Debora. Metodologia da Pesquisa. 3 ed. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2009.

CHEES, Brian J.S.; FRANKLIN JUNIOR., Curtis. Cloude Computing – Computação em Nuvem. São Paulo: M. Books do Brasil Editora Ltda, 2013.

CIRIBELLI, Marilda Corrêa. Como elaborar uma dissertação de mestrado através da pesquisa cinetifica. Rio de Janeiro: 7Letras, 2003.

FLICK, Uwe. Introdução à pesquisa qualitativa. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.
FLICK, Uwe. Introdução à Metodologia de Pesquisa: um guia para iniciantes. Porto Alegre: Penso, 2009.

GATTI, Bernardete e ANDRÉ, Marli. A relevância dos métodos de pesquisa qualitativa em Educação no Brasil. In: WELLER, Wivian, PFAFF, Nicole (Orgs). Metodologias da pesquisa qualitativa em Educação. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010, p. 29-38.

GIBBS, Graham. Análise de dados qualitativos. Porto Alegre: Artmed, 2009.

GRAY, David E. Pesquisa no mundo real. Porto Alegre: Penso, 2012.

Kahlmeyer-Mertens, Roberto S. [et al]. Como elaborar projetos de pesquisa: linguagem e método. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2007.

KELLE, Udo. Análise com auxílio de computador: codificação e indexação. In: BAUER, Martin W, Gaskell, George (Orgs). Pesquisa qualitativa com texto: imagem e som: um manual prático. 9. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011. p. 393-415.

KRüGER, Heinz-Hermann. A relevancia dos métodos de pesquisa qualitativa em Educação na Alemanha. In: WELLER, Wivian, PFAFF, Nicole (Orgs). Metodologias da pesquisa qualitativa em Educação. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010, p. 39-52.

LANKSHEAR, Colin. KNOBEL, Michele. Pesquisa pedagógica: do projeto à implementação. Porto Alegre: Artmed, 2008.

MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio da pesquisa. In: MINAYO, Maria Cecília de Souza (Org). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Editora Vozes: Petrópolis, RJ, 1993, p. 9-15.

SIEVERT, G. L. Formação online para professores que atuam com alunos em tratamento de saúde. Orientadora: Elizete Lúcia Moreira Matos. Curitiba: PUCPR, 2013.
STAKE, Robert E. Pesquisa qualitativa: estudando como as coisas funcionam. Porto Alegre: Penso, 2011.

STRAUSS, Anselm; CORBIN, Juliet. Pesquisa qualitativa: técnicas e procedimentos para o desenvolvimento de teoria fundamentada. Porto Alegre: Artmed, 2008.




[1] Mestre em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da PUCPR; Especialista em Formação Pedagógica do Professor Universitário; Especialista em Gestão Estratégica de Custos e Preços; Administrador de Empresas, Professor Universitário.
[2] Para aprofundar o entendimento a respeito consultar Flick (2009 p. 20-38), Bardin (2011, p.19-22), Gatti e André, (2010, p. 33), Krüger (2010, p.39-52).
[3] Conforme: SIEVERT, G. L. Formação online para professores que atuam com alunos em tratamento de saúde. Orientadora: Elizete Lúcia Moreira Matos. Curitiba: PUCPR, 2013.

[4] Mapeamento e controle por códigos para facilitação ao trabalhar no software Atlas.ti.
[5] [...] um modelo de processamento de informação no qual recursos de computação administrados de forma centralizada são oferecidos como serviços, à medida que são demandados, através da rede para uma variedade de aplicativos que permitem a interatividade com o usuário. Chees e Franklin Jr. (2013, p. 21).

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