quinta-feira, 29 de maio de 2014

Avaliação de mudanças sociais, uma reflexão


 

 

Avaliação de mudanças sociais, uma reflexão

 

Genaldo Luis Sievert

 

            Aceitei o desafio, mesmo sem conhecer profundamente as teorias econômicas e as mudanças provocadas por elas, ou a história do pensamento humano, este com certeza a mola propulsora de todo os desenvolvimentos nos mais diversos campos, de discorrer um pouco sobre tão vasto, intrigante e polêmico tema. Entendo que mudança social atravessa o tempo abraçado com a história do desenvolvimento humano relacionado ao trabalho e ao valor do capital a ele atribuído. Enveredei, recentemente, leitura da obra de Adam Smith, A riqueza das Nações, e ali se nota o poder da inquirição sobre a observação dos mais diversos fatos que motivaram e motivam a transformação social, que se efetiva pela análise e discussão do gênio humano. Com certeza poderia declinar centenas de fatos históricos e comprovadamente importantes, para demonstrar a importância das mudanças sociais e a contra partida de sua avaliação. Revolucionários e revoluções seriam citadas para justificar cada uma das empreitadas, os motivos mais relevantes, as idéias mais inovadoras, os gênios pensantes, como grandes governantes e cientistas, seriam lembrados. Mas, a mudança social está em cada um de nós, do valor que temos a respeito das alterações, da capacidade de assimilação de cada um, da capacidade de divergência individual ou coletiva. Avaliar mudança social está no intimo de cada um de nós, para tanto temos que possuir a noção exata de onde estamos inseridos, advém desta premissa o fato concreto que, para tanto, temos que evoluir intelectualmente de forma que possamos ser contínuos críticos do que fazemos, vivemos, e do que sofremos ao influir ou ao sermos influenciados por outrem. Não bastassem as constantes mudanças que desconfiguram os cenários sociais e econômicos temos que lidar com nossos anseios, erros e acertos, já que somos sem dúvida, movidos pela curiosidade.  As mudanças sociais não estão contidas na comunidade em que vivemos ou observamos, elas crescem no nosso íntimo e é ai que percebemos o que podemos ou desejamos influenciar nestas possíveis alterações. O nosso engrandecimento pessoal irá definir o quanto poderemos realizar de mudanças, avaliá-las e na continuidade provocar eventuais modificações no contexto social em que nos inserimos. Por osmose ou por vontade própria os elementos humanos conseguem definir ou demolir contextos sociais. Ambos de forma positiva ou negativa são poderosas armas de avaliação e elas começam na célula familiar que ao multiplicar-se provocam os erros e acertos. Como já mencionei a capacidade de mudança está no intimo de cada um e se assim acontece é na elementar educação familiar e na posterior lapidação da convivência social em que seremos inseridos que está a virtuose da adaptação, do consenso, da aceitação, da comunicação, da sabedoria norteada pelo amor ao próximo.

            Quando iniciados, elevados ou exaltados, somos conduzidos ao estudo e aprimoramento do pensar. Não é só o fato de praticar o amor ao próximo ou de combater os males que assolam a sociedade que nos trazem até a maçonaria; na primeira pessoa do singular busco uma satisfação pessoal e espiritual que havia abandonado achando que as muitas ocupações do dia a dia não me permitiam acompanhar. Doce engano este, de fato sempre há espaço para mais fazer. A satisfação pessoal e espiritual é que nos trazem gratificação e entendimento e daí surgirá ações em prol das transformações por meio das argumentações. Sem questionamentos não haverá progresso de qualquer natureza. Durante as dezenas, centenas e milhares de sessões de maçonaria realizadas por todo o mundo o chamamento comum a todas é: fraternidade e amor ao próximo; o bem fazer prevalece nas milhares de mensagens que cruzam o planeta através da rede mundial – este fenômeno tecnológico abriu o característico modo de exprimir pensamentos, dos maçons, para o mundo. Mas será que todo este movimento em prol do bem querer é suficiente para provocar mudanças sociais? Será que aqueles que recebem as ações de bem fazer estão preparados para recebê-las? Será que a ação em prol destes não será um fator de acomodação social? Será que a velada manifestação do pensamento de maçons pelo mundo é suficiente, ou insuficiente? Mais que levantar questionamentos deverá sem dúvida prevalecer ações em prol do bem querer e de mudanças sociais e não esqueçamos que para qualquer avaliação e posterior mudança deverá prevalecer a boa vontade de cada um de nós.

 

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