quarta-feira, 19 de julho de 2023

 

Da ideia do Panóptico à era da tecnologia

            A dominância como elemento de utilização do poder para controlar é claramente observável a partir do que fazemos e/ou aceitamos fazer por instinto ou estímulos diante do que utilizamos no presente e, a comunicação instantânea e intencional, para o bem ou para o mal, assume o comando de muitas ações ou intenções/interações no dia a dia.

            Assim, o termo Panóptico, remete à ideia de uma célula única onde centenas ou milhares de indivíduos podem ser controlados por um vigia ou controlador do espaço/tempo. Este termo ou ideia foi idealizado por Jeremy Bentham “como uma arquimetáfora do poder” (Bauman, 2001), e utilizado por Foucault (apud Bauman) para destacar a base do poder que se instalou com o advento da grande rede mundial. Estabelecida, já a partir da década de setenta do século XX e difundida e alçada à condição de poder de controle a partir de 1980. Desde então os projetos de dominação eletrônica foram estabelecidas sob o “manto” da evolução e facilidades da vida moderna, porém, sob as camadas inferiores, aquelas das entrelinhas, permanece a metáfora da caverna de Platão. A luta é não aceitar o que estabelecem para nós, mas sim, analisar, pontuar, detalhar, cada ideia ou parâmetro estabelecido, contestar quando necessário e se situar como elemento de equilíbrio.

            Parece que nos sentimos confortáveis para elogiar ou ofender quando da utilização de mídias. Se prestarmos atenção o fato pode ser facilmente identificado e, não é necessário o manto do anonimato, exceto nos casos da indústria das fake news.

            Não há mais necessidade de contato pessoal para que ordens sejam cumpridas; basta uma mensagem. Ordem executada, clique em “executado”. Resposta: “siga para a tarefa seguinte”.

            Não há mais tempo limite para encerrar as tarefas; ao período de descanso “dê uma olhada nos aplicativos e e-mails”.  

            No tempo que vivenciamos tudo é controlado eletronicamente, até mesmo um conflito bélico apresenta tal característica no sentido de evitar o confronto entre indivíduos.

            Na escala evolutiva da utilização de equipamentos de comunicação móvel crescem em uníssono os malefícios dos oportunistas, a dicotomia permanece.

            O maior ganho em escala é segundo Bauman (2001) “o do poder”: “A elite global contemporânea é formada no padrão do velho estilo dos “senhores ausentes”. Ela pode dominar sem se ocupar com a administração, gerenciamento, bem-estar, ou, ainda, com a missão de “levar a luz”, “reformar os modos”, elevar moralmente, “civilizar” e com cruzadas culturais. O engajamento ativo na vida das populações subordinadas não é mais necessário (ao contrário, é fortemente evitado como desnecessariamente custoso e ineficaz) — e, portanto, o “maior” não só não é mais o “melhor”, mas carece de significado racional. Agora é o menor, mais leve e mais portátil que significa melhoria e “progresso”. Mover-se leve, e não mais aferrar-se a coisas vistas como atraentes por sua confiabilidade e solidez — isto é, por seu peso, substancialidade e capacidade de resistência — é hoje recurso de poder”.

            Parece-nos que o longo prazo deixa de existir e se estabelece a cultura do “aqui e agora” do “é do meu interesse e do meu grupo”, os outros que lutem e se estabeleçam. A era das bravatas, da coragem midiática parece ter se estabelecido, “valentões midiáticos” surgem às centenas todos os dias; liberdade de expressão é um “direito meu” os outros que...

            Por natureza a rede informacional conhecida como internet não é estética, não é bela ou feia, apenas códigos sustentam o que os usuários estabelecem como suas manifestações. Fazer para o bem ou para o mal é uma escolha individual ou coletiva.

            O impacto causado pelo advento da Internet aponta para uma grande concentração do controle o que pode gerar uma ditatura digital, conforme pontua Harari: “Algoritmos de Big Data poderiam criar ditaduras digitais nas quais todo o poder se concentra nas mãos de uma minúscula elite enquanto a maior parte das pessoas sofre não em virtude de exploração, mas de algo muito pior: irrelevância”. (posição 108, 2021).

            Segundo previsões até 2025 8 bilhões de indivíduos estarão conectados utilizando apenas um celular, conforme afirmação de Schmidt e Cohen, 2013.

            Assim como Bauman e Harari, Schmidt e Cohen (2013) apontam em suas conclusões: “Em função de fatores como riqueza, acesso ou localização, a pequena minoria no topo ficará, quase sempre, protegida das consequências menos agradáveis da tecnologia. A classe média do mundo impulsionará grande parte da mudança, pois nela estarão os inventores, os líderes nas comunidades de imigrantes e os proprietários de pequenas e médias empresas. Esses são os primeiros cinco bilhões de pessoas já conectados. [...] Esse grupo conduzirá as revoluções e questionará os estados policiais; será também o segmento controlado pelos governos, assediado por multidões enfurecidas on-line e desorientado por guerras de marketing. Muitos dos desafios de seu mundo perdurarão mesmo com a disseminação da tecnologia”.

            Caberá, então, a cada um de nós de forma consciente analisar, filtrar e contestar quando oportuno e necessário com argumentos sólidos e compreensivos.  

Genaldo Luis Sievert (Sievert, G. L.)

M.´.M.´.  A.´.R.´.L.´.S.´. Aurora Maçônica 186 - GOP

Referências:           

Bauman, Zygmunt (2001). Modernidade líquida. Zahar. Edição do Kindle.

Harari, Yuval Noah. 21 lições para o século 21. Companhia das Letras. Edição do Kindle.

Schmidt, Eric; Cohen, Jared. A nova era digital. Intrínseca. 2013. Edição do Kindle.

 

SALOMÃO, fatos e curiosidades.

 

Filho de Davib e Bat Sheva (Betsabé), rei de Israel (961-c.920 a.C.) e construtor do primeiro Templo. Seu nome hebraico era Shlomó, e sua história é contada no primeiro livro dos Reis, do Antigo Testamento. Por manobra de sua mãe e do profeta Natan, Salomão subiu ao trono quando seu pai, Davi, ainda vivia. A fim de trazer o centro religioso para Jerusalém e assim fortalecer seu poder político, construiu, com a ajuda do rei fenício de Tiro, Hiram, um majestoso templo, que foi concluído no 11º ano de seu reinado. O reinado de Salomão foi pontuado por obras e medidas importantes, como a divisão do reino em 12 províncias, a construção de cidades-fortalezas e cidades-celeiros e a construção de um porto em Eilat, abrindo caminhos marítimos para a África oriental, a península Arábica e a Ásia. A tradição judaica atribui a Salomão uma grande sabedoria, que lhe granjeou prestígio internacional (ilustrado no episódio da visita da rainha de Sabá). Opulência e magnificência caracterizaram sua corte, as artes proliferaram, e ao próprio Salomão são atribuídos textos literários, como o Cântico dos Cânticos, os Provérbios e Eclesiastes, incorporados aos Hagiógrafos. Mas todo esse esplendor custava caro, e o peso desse custo levou à decadência, ao enfraquecimento e às disputas internas. Com a morte de Salomão, o reino cindiu-se em dois, o reino de Judá, ao sul, e o de Israel, ao norte, e nunca tornou a se unir. (P.G.)[1]

SALOMÃO, FATOS E CURIOSIDADES.

FATOS

Salomão e a maçonaria, em busca de evidências da existência do herdeiro da casa de Davi.

Quem foi Salomão?

Salomão foi o terceiro rei do reino unido de Israel no período de 970 a 931 A.C., assumindo o legado deixado por seu pai o rei Davi; filho deste rei com Bate-Seba; foi considerado um rei sábio e rico e coube a ele a construção do Templo, cuja tarefa segundo relato bíblico foi dada por Deus a Moisés.

Nas escrituras bíblicas podemos encontrar diversos relatos que remetem à vida e tempo em que viveu Salomão.

A palavra Salomão tem por significado: pacífico, tranquilo; paz, a paz dele; tranquilidade. E foi diante destas noções de bondade, sabedoria e de um líder tranquilo e acolhedor que a maçonaria se ancorou na lendária figura deste sábio rei para apropriar-se das qualidades do mesmo e atribuí-la ao Venerável das Lojas/Templos maçônicos. Cabe então ao Venerável dirigir os trabalhos dentro dos ditames atribuídos a Salomão e, mais que tudo ter a sapiência de situá-la aos tempos em que vivemos.

Durante muito tempo da minha vida ouvi não haver evidências da existência do reino de Davi e Salomão e, como tal, a menção de Salomão e seus atributos de sabedoria e bondade levariam a conclusão de que a criatividade humana de um maçom ou maçons teria aludido à possibilidade de relacionar a lenda maçônica àquele que é considerado o mais sábio dos homens. Mas com a evolução da humanidade e consequentemente da ciência e, principalmente, do avanço da arqueologia é possível alterar a nossa percepção de que a Bíblia é tão somente um livro histórico; é sim um livro histórico, mais que isso é um livro histórico que fornece amparo a muitas descobertas em sítios arqueológicos e como tal permite iluminarmos este nosso trabalho com dados a partir de descobertas que apresentam evidências do reino de Salomão, a partir de extratos da obra de Randall Price e H. Wayne House, 2020, que organizamos em uma tabela:

 Tabela 1. Dados arqueológicos – eventos sobre o reinado de Salomão.

Nome

Idioma

Descobridor

Local da descoberta

Data da descoberta

Material encontrado

Data de origem

Relevância Bíblica

Palácio de Gezer

 

Steve Ortiz.

Geser (Israel).

2016

Palácio monumental semelhante aos existentes no mesmo período.

Século X a.C.

Ligado ao reinado de Salomão, dando apoio à descrição bíblica do reino israelita primitivo.

Bula de Khirbet Summeily

 

Hebraico

Jimmy Hardin, Jeff Blakely.

Khirbet Summily perto de Gaza, na antiga. fronteira entre Judá e Filístia.

2014

O assento de julgamento em Corinto, onde os julgamentos eram realizados.

Século X a.C.

A atividade administrativa nesse remoto posto da Judeia apoia a existência do antigo reino de Judá e dos reis bíblicos Davi e Salomão.

Santuários

cultuais de

Khirbet

Qeiyafa.

 

Yosef Garfinkel.

Khirbet Qeiyafa

(Shemarayim,

Israel).

2011

Modelos de argila

de santuário ritual

em forma de

templos.

Século X

a.C.

Revelando o significado dos tríglifos

na arquitetura do

Templo de Salomão.

Minas de

cobre de

Salomão.

 

Thomas Levy.

Sul do Jordão.

2008

Ferramentas para

mineração de cobre

do reino bíblico

de Judá.

Século X

a.C.

A produção de

metal em escala

industrial esteve em

operação no local

durante os reinados

de Davi e Salomão.

Relevo de

Sheshonq

(Bubastite

Portal).

Hieróglifos

do Egito

Médio.

Jean-François

Champollion.

Templo de

Karnac de Amun

(Egito).

1825

Campanhas militares de Sheshonq I =

Sisaque.

925 a.C.

Ataque contra

Roboão, filho de

Salomão (1Rs 11:40;

14:25; 2Cr 12:2-9).

Fonte: o autor. Adaptado de Manual de arqueologia bíblica Thomas Nelson (pp. 364-366, 2020).

Além do que apresentamos na Tabela 1, seguem mais alguns extratos da obra de Randall Price e H. Wayne House (pp. 236-251,2020):

Como uma evidência do reino de Salomão na capital de Jerusalém, em 2010, uma muralha da cidade com uma guarita datando do final do século X a.C. foi descoberta em Ofel. De acordo com Eilat Mazar, o arqueólogo que escavou o local, esse muro provavelmente está ligado à cidade de Davi e se encaixa com a descrição bíblica de que o rei Salomão construiu uma linha de fortificação em torno de suas novas construções do templo e do palácio do rei. [...] Com relação ao projeto comum, o relato bíblico da construção do Primeiro Templo revela que, do início ao fim, o trabalho foi projetado e executado por meio de uma habilidade regional dirigida pelo rei Hirão de Tiro. Josefo registra que Hirão também construiu um palácio real e um templo para Melqart, a divindade local da cidade fenícia de Tiro (Ag. Ap. i:17). Portanto, enquanto o rei Salomão empregava seus próprios trabalhadores, a habilidade na construção e a mobília do templo eram reconhecidas como um empreendimento estrangeiro. [...] Eusébio, um dos Pais da Igreja do século IV d.C. preservou o registro do sacerdote fenício Sanchuniathon, que também descreveu como o rei Hirão forneceu materiais para a construção do templo. [...] Hirão enviou seus arquitetos e artesãos fenícios para aconselhar seus colegas israelitas a construir o templo segundo especificações contemporâneas. Um deles era um artesão meio hebreu, meio fenício, chamado Huramabi (Hurão, NVI[2]), que recebia a supervisão dos artesãos do templo. O crédito é dado a ele pelos objetos decorativos, moldados e sobrepostos no templo (1Rs 7:13-45; 2Cr 2:13-14). Enquanto o imponente sarcófago de pedra calcária de Hirão ainda existe a sudeste de Tiro, na aldeia de Hanaway, é o estilo dos templos nessa região que são de maior interesse arqueológico, pois fornecem os paralelos mais próximos de como pode ter sido a aparência do Primeiro Templo bíblico.

 

O que nos motivou e permitiu que chegássemos até o momento de poder apresentar as evidências sobre Salomão foi a nossa curiosidade e mais que isto o estímulo ao estudo com disciplina. (o texto acima foi recortado de um trabalho de pesquisa de minha lavra intitulado “Palavras de origem hebraica e seu significado”, apresentado ao Collegio de Maçonologia).

CURIOSIDADES

MUITAS LENDAS FORAM contadas sobre os garimpos do interior africano, de onde vinha o abastecimento de pó de ouro que chegava à costa de Zanj. Elas persistiram por séculos e acabaram tendo um impacto dramático sobre o destino dos povos dos planaltos do sul da África. Marinheiros portugueses que se aventuravam ao longo da costa no século XV acreditavam que o pó de ouro que viam sendo carregado nos dhows árabes em Sofala deveria vir da terra de Ofir, uma cidade mencionada na Bíblia como o lugar de onde os navios do rei Salomão tinham levado ouro. Os rumores sobre a fabulosa riqueza de Ofir ganharam força no século XIX. Publicado em 1885, um romance best-seller de Rider Haggard, As minas do rei Salomão, conferiu status popular à ideia de uma região inexplorada ao norte do rio Limpopo que continha vastas riquezas minerais.[3]

De acordo com o Kebra Negast, ou o “Livro da glória dos reis”, os monarcas da Abissínia eram descendentes de uma união entre o rei Salomão e a rainha de Sabá que teve lugar em Jerusalém, no século X a.C. Ciente da grande sabedoria de Salomão, a rainha Makeda viajara de Sabá até Jerusalém, acompanhada de uma grande comitiva e uma caravana de camelos carregados com presentes de ouro, pedras preciosas e especiarias. A descrição de seu encontro é dada no Antigo Testamento: 1 Reis, capítulo 10.

Ainda de acordo com o Kebra Negast, Makeda ficou fascinada com a demonstração de conhecimento de Salomão e declarou: “A partir deste momento, não vou adorar o sol, e sim o Criador do sol, o Deus de Israel.” Na véspera de começar sua jornada para casa, Salomão a seduziu. O filho deles, Menelik, nasceu em seu caminho de volta para Sabá. Com 22 anos, Menelik viajou para Jerusalém, onde foi reconhecido por Salomão como seu filho e coroado rei. Ao partir de Jerusalém para Aksum, Menelik levou consigo a Arca da Aliança, o objeto mais sagrado dos tempos do Antigo Testamento, que continha as tábuas de pedra com a gravação dos Dez Mandamentos. Dois mil anos depois, de acordo com o Kebra Negast, a Arca ainda era mantida em um santuário em Aksum. A lenda continua até hoje.[4]

Escrito em ge’ez, o Kebra Negast baseou-se em uma série de relatos antigos que circulavam na Abissínia sobre as conexões entre o antigo reino de Aksum e a terra de Sabá, no sul da Arábia. O objetivo dos autores era fornecer aos reis da Abissínia uma longa linhagem de legitimidade e uma manifestação do favor divino. O Kebra Negast chegou a ser considerado um texto sagrado e gozava de grande popularidade. A história de Salomão, Makeda e Menelik foi repassada por contadores de histórias de uma geração a outra e representada em pinturas. Réplicas da Arca conhecidas como tabots tornaram-se itens corriqueiros na vida da igreja e eram levadas em procissão em tempos de festival.[5]

Genaldo Luis Sievert

glsievert@gmail.com

Sievert, G.L.

2021

 



[1] Azevedo, Antonio Carlos do Amaral; Geiger, Paulo. Dicionário histórico de religiões. Lexikon. Edição do Kindle (posição 10923).

 

[2] Nova Versão Internacional.

[3] Meredith, Martin. O destino da África (p. 111). Zahar. Edição do Kindle.

[4] Meredith, Martin. O destino da África (p. 114). Zahar. Edição do Kindle.

 

[5] Meredith, Martin. O destino da África (p. 115). Zahar. Edição do Kindle.

 

 

A filosofia Perene: uma interpretação dos grandes místicos do oriente e do ocidente

 

A filosofia, ou amor pelos saberes, é o caminho que leva a um dos mais vastos campos do pensamento humano, seja no aspecto da pesquisa quanto no da evolução do campo do conhecimento no que diz respeito a tudo o que nos envolve física e espiritualmente, e assim, as mais diversas vertentes ou propostas são apresentadas por estudiosos desde os tempos mais remotos. O título apresentado é fruto de estudo, reflexão e discussão por Aldous Huxley, primeira edição de 2010. Após a leitura estou compilando uma série de excertos, os quais dedico para reflexão dos irmãos e, recomendo a leitura. A obra está disponível por e-book e brochura e, a leitura é muito mais do que um prêmio, é ao final uma conquista de saberes distintos e que enriquecem àqueles que possuem amor pelo conhecimento. Afinal, o passado e o presente cujos conhecimentos não podem ser corroídos, pavimentam o nosso futuro.  

Vejamos, então, alguns dos trechos selecionados:

O conhecimento é uma função do ser. Quando há uma mudança no ser que conhece, há outra mudança correspondente na natureza e na quantidade do que se conhece.

Aquilo que sabemos depende também daquilo que, como seres morais, nós mesmos escolhemos. “A prática”, nas palavras de William James, “pode mudar nosso horizonte teórico, e isso se dá de forma dúplice: pode levar a novos mundos e assegurar novos poderes. O conhecimento que poderíamos nunca obter, ao permanecermos como somos, pode se tornar alcançável em consequência de poderes maiores e de uma vida mais nobre, que podemos conquistar moralmente.”

“O astrolábio dos mistérios de Deus é o amor”.

A certeza autovalidada da consciência direta não pode, na própria natureza das coisas, ser conquistada senão por aqueles equipados com o “astrolábio moral” dos mistérios de Deus. Para quem não for um sábio ou santo, o melhor que se pode fazer, no campo da metafísica, é estudar a obra daqueles que o foram e que, na medida em que modificaram seu modo meramente humano de ser, foram capazes de obter um tipo e uma quantidade mais do que meramente humanos de conhecimento.

Ao se estudar a Filosofia Perene, podemos começar ou por baixo, com a prática e a moralidade; ou por cima, com uma consideração das verdades metafísicas; ou, enfim, pelo meio, no ponto focal onde a mente e a matéria, a ação e o pensamento, convergem na psicologia humana. O portão inferior é o preferido pelos professores estritamente práticos — homens que, como Gautama Buda, não veem utilidade na especulação e cuja principal preocupação é apagar nos corações humanos as chamas medonhas da ganância, do ressentimento e das paixões mundanas. Pelo portão superior seguem aqueles cuja vocação é pensar e especular — os filósofos e teólogos natos. O portão médio dá entrada aos expoentes do que foi chamado de “religião espiritual” — os contemplativos devotos da Índia, os sufis do islã, os místicos católicos da Baixa Idade Média e, na tradição protestante, homens como Denk, Franck e Castellio, como Everard e John Smith, os primeiros quacres e William Law. É por essa porta central, e apenas porque é central, que faremos nossa entrada pelo assunto deste livro. A psicologia da Filosofia Perene tem sua fonte na metafísica e deságua logicamente em um modo de vida e sistema ético característicos. Partindo desse ponto médio da doutrina, é fácil para a mente seguir em qualquer uma das outras direções.

O ser humano completamente iluminado sabe, com a Lei, que Deus “está presente na parte mais profunda e mais central de sua própria alma”; mas ele também é, ao mesmo tempo, um daqueles que, nas palavras de Plotino, “enxergam todas as coisas, não no processo do devir, mas em Ser, e se enxergam no outro. Cada ser contém em si todo o mundo inteligível. Portanto, Tudo está em toda parte. O cada está no Todo, e o Todo, no cada. O homem como é agora deixou de ser o Todo. Mas, quando deixa de ser um indivíduo, ele se eleva novamente e penetra o mundo inteiro”.

Não perguntes se o Princípio está nisso ou naquilo; ele está em todos os seres. É por esse motivo que lhe aplicamos os epítetos de supremo, universal, total […] Ele ordena que todas as coisas sejam limitadas, mas ele próprio é ilimitado, infinito. No tocante à manifestação, o Princípio causa a sucessão de suas fases, mas não é essa sucessão. Ele é o autor das causas e efeitos, mas não é as causas e efeitos. É o autor das condensações e dissipações (morte e nascimento, mudanças de estado), mas não é, ele próprio, as condensações e dissipações. Tudo procede dele e está sob sua influência. Ele está em todas as coisas, mas não é idêntico aos seres, pois não é nem diferenciado nem limitado.

Quem é Deus? Não posso pensar em nenhuma resposta melhor do que: Ele que é. Nada é mais adequado a essa eternidade que é Deus. Se você chamar a Deus de bom, ou grande, ou bendito, ou sábio, ou qualquer outra coisa do gênero, está incluído nessas palavras, a saber: Ele é. São Bernardo.

O destino final do ser humano, o propósito de sua existência, é amar, saber e se unir à Divindade imanente e transcendente. E essa identificação do si-mesmo com o não si-mesmo espiritual só pode ser conquistada ao se “morrer para” o individualismo e se viver para o espírito.

GENALDO LUIS SIEVERT - M.´.M.´.  Oriente de Curitiba, 23 de abril de 2023.

 

Huxley, Aldous. A filosofia perene: Uma interpretação dos grandes místicos do Oriente e do Ocidente. Biblioteca Azul. Edição do Kindle.

 

 

 

 

 

O RITO DO DESCALÇAMENTO, Albert G. Mackey.

Texto anotado por Genaldo Luis Sievert, membro da ARLS Aurora Maçônica 186, GOP.

O Rito de Descalçamento, ou despimento dos pés sobre um chão sagrado que se aproxima, é derivado da palavra latina discalceare, retirar o sapato de uma pessoa. Seu uso possui o prestígio da antiguidade e da universalidade em seu favor. Embora não prevalecendo de forma geral, seu significado simbólico foi bem compreendido na época de Moisés, nós aprendemos daquela passagem do Êxodo onde o anjo do Senhor, em um arbusto flamejante, jante, exclama ao patriarca: "Aproxime-se; tire seus sapatos dos pés, pois o lugar em que pisas é chão sagrado".' Clarke acredita que é por causa desse mandamento que as nações orientais adquiriram o costume me de realizar seu atos religiosos de adoração com os pés descalços. Mas é muito mais provável que a cerimônia fosse usada muito antes da circunstância do arbusto flamejante, e que os legisladores judeus imediatamente reconheceram-no como um símbolo de reverência. O Bispo Patrick compartilha dessa opinião, considerando que o costume foi derivado dos antigos patriarcas e transmitido por uma tradição geral às épocas sucessoras. Provas abundantes podem ser fornecidas pelos antigos autores da existência do costume entre todas as nações, tanto judaicas como as Gentis. Poucas entre elas, principalmente as reunidas pelo Dr. Mede, são curiosas e interessantes. A instrução de Pitágoras aos seus discípulos foi a seguinte: "Ofereça sacrifício e adoração descalço." Justin Martyr diz que aqueles que adoravam santuários e templos gentis eram orientados por seus sacerdotes a retirar os sapatos. Drúsio, em suas anotações no Livro de Josué, diz que entre a maioria das nações orientais era uma obrigação religiosa pisar o chão do templo com os pés descalços. Maimônides, o grande estudioso da lei judaica, afirma que "não era lícito a um homem vir à montanha da casa de Deus com sapatos nos pés, com seu cajado, em suas vestimentas de trabalho ou mesmo com poeira nos pés". Rabbi Salomão, comentando sobre o mandamento em Levítico XIX. 30: "Vós deveis reverência em meu santuário", faz a mesma observação com relação a esse costume. Sobre esse assunto, o Dr. Oliver observa: "O ato de ir com os pés descalços foi sempre considerado um sinal de humildade e reverência; e os sacerdotes, no templo de adoração, sempre conduziram os sacramentos com os pés descalçados, embora fossem frequentemente prejudiciais à saúde deles."Mede cita Zago Zaba, um bispo etíope, que foi embaixador de Davi, Rei da Abissínia, a João III, de Portugal, dizendo: "Não podemos entrar na igreja, exceto descalços. “Os maometanos, quando estavam para realizar suas devoções, sempre deixavam seus chinelos à porta do mosteiro. Os druidas tinham o mesmo costume, quando queriam celebrar seus antigos ritos; e acredita-se que os antigos peruanos sempre deixavam seus sapatos no pórtico quando entravam no templo magnífico consagrado à adoração do sol. Adam Clarke afirma que o costume de adoração descalça da divindade era tão comum entre as nações da antiguidade, que credita a esse fator como uma das 13 provas de que a raça humana toda foi derivada de uma única família. Pode-se extrair a seguinte teoria: os sapatos ou as sandálias eram usados em ocasiões ordinárias como uma proteção às sujeiras do chão. Para continuar a usá-los, então, em um local consagrado, seria uma insinuação tácita que o solo fosse igualmente poluído e capaz de produzir sujeira. Mas, como o verdadeiro caráter de um lugar sagrado e consagrado exclui a ideia de qualquer tipo de sujeira ou impureza, o reconhecimento de que este foi o espírito transmitido, simbolicamente, ao se despir os pés de todas aquelas proteções da poluição e impurezas que seriam necessárias em locais não consagrados. Então, nos tempos modernos, nós balançamos a cabeça para expressar o sentimento de estima e respeito. Antigamente, quando havia mais violência para ser temida do que agora, o elmo, ou capacete, possuía uma ampla proteção que podia resistir a qualquer golpe repentino de um inimigo inesperado. Mas não podemos temer violência de alguém que estimamos ou respeitamos; então, despojar a cabeça dessa proteção habitual, é dar uma prova de nossa confiança ilimitada na pessoa a quem o gesto é feito. O Rito de Descalçamento é, portanto, um símbolo de reverência. Isto significa, na linguagem do simbolismo, que o local que está para ser adentrado é de forma humilde e reverencial consagrado para algum propósito divino. Agora, como em tudo o que foi dito, o maçom inteligente irá imediatamente relacionar a sua aplicação ao terceiro grau. De todos os graus da Maçonaria, este é de longe o mais importante e sublime. A lição solene que ele ensina, a cena sagrada que representa e as cerimônias comoventes que nele são conduzidas, são todas calculadas para inspirar a mente com sentimentos de respeito e reverência. No mais sagrado de todos os templos sagrados, quando a arca da aliança foi depositada em seu local apropriado, e a Shekinah estava flutuando sobre ela, o Sumo Sacerdote sozinho, e em um único dia no ano todo, pôde, depois da mais cuidadosa purificação, entrar de pés descalços e pronunciar com veneração temerosa, o tetragramaton ou palavra omnífica. Na Loja do Mestre Maçom - o santo dos santos dos templos maçônicos, onde as verdades solenes da morte e imortalidade são transmitidas -, o aspirante, ao entrar, deve purificar seu coração de toda contaminação, e lembrar, com o devido senso de sua aplicação simbólica, daquelas palavras que certa vez irromperam nos ouvidos atônitos do velho patriarca: "Retire seus sapatos dos pés, pois o local em que está é solo sagrado."

Albert G. Mackey. O Simbolismo da Maçonaria – Volume 1 (Locais do Kindle 850-858). Edição do Kindle.

 

 

 

MEDIDA

GENALDO LUIS SIEVERT - M.´.M.´.

Oriente de Curitiba, 21 de maio de 2022

Qual é a medida?

É aquela das nossas necessidades individuais ou das nossas necessidades coletivas.

Os objetos que utilizamos para estimar ou definir uma medida são os mais diversos.

Na maçonaria utilizamos a régua de 24 polegadas como um ponto de partida para os nossos estudos, divagações e, adicionamos, após a medida, mais dois objetos, os quais promovem ação e reação.

A cada ação e reação caberá uma análise sobre o resultado obtido, seja no campo da linguagem verbal, escrita, simbólica, dos significados e seu resultado, a significância. Dada à medida, agimos, quando agimos reagimos ou sofremos a reação.

É a medida que elenca a reflexão, é assim que os pensadores reagem e constroem estradas, as quais pavimentam com suas teorias e resultados – os quais nem sempre – refletem uma verdade incontestável.

A pausa pode ser resultado de uma medida; pode refletir o cansaço resultante de um período exaustivo de trabalho. Tudo podemos medir e consequentemente obter a partir daí um resultado, de forma e conteúdo, por exemplo.

Qualquer que seja o resultado final, sem uma medida inicial, buscaremos medir como chegamos ao resultado, mesmo que involuntariamente.

A medida pode determinar o ponto de partida, como uma caminhada, ou um trajeto a ser percorrido, ponto A até ponto B.

A medida nos Graus maçônicos também é assim; iniciática, caminhada, resultado.

Ação – medir; reação e resultado. Empreender para praticar.

Medir pode nos auxiliar a reconhecer as mais simples e as mais complexas necessidades, seja na vida maçônica ou na profana. Às vezes aplicamos os aprendizados de uma na outra, instintivamente, de acordo com nossas necessidades e percepções.

Na medida certa, coisas certas, na medida errada – ações corretivas.

Aceitar as medidas tomadas pode ser uma questão de responsabilidade, ignorá-las ou transgredi-las é algo “fora da medida”.

Assim como na maçonaria na sociedade civil estabelecida temos medidas para todas as coisas. Medidas transformadas em regras para melhor convivência.

Mas qual a minha medida? É aquela em que a minha medida alcança a medida do outro; a partir daqui utilizamos as medidas de convivência social.

 

OS PEREGRINOS MAÇONS

GENALDO LUIS SIEVERT - M.´.M.´.

Oriente de Curitiba, 21 de maio de 2022

 

O peregrino maçom começa sua jornada quando aceita ser iniciado em uma Loja Simbólica Maçônica; o faz por ter sido escolhido por um Maçom Regular e assim como em qualquer outra iniciação recebe os princípios fundamentais que nortearão a sua caminhada.

Parece haver uma aura de simplicidade e pureza que absorvida pelo novo peregrino irá, quando aceita por ele, ser a base que o motivará a se manter firme, frequente e estudioso dos princípios que amparam as colunas na maçonaria.

Por que o termo “peregrino” foi aplicado aqui? Porque foi a forma mais simples e didática e, que considero apropriada para identificar a viagem no espaço tempo que o Maçom fará.

Esta estrada pavimentada por teorias e amparada por inúmeros personagens teve seu ápice quando do evento das Cruzadas, cujo patrocínio foi realizado pela cristandade medieval com amparo à ideia de libertar os cristãos mantidos pelos mulçumanos, além de, obter vantagens ao recuperar relíquias e territórios sagrados.

Mas adventos anteriores sustentam os eventos dos cruzados, e, a maçonaria explora e narra em lenda a saga do povo judeu que, liderados por Moisés retornaram a terra prometida. Lança na jornada teórica toda a evolução do sucesso e dos reveses sofridos. Explora o conceito da construção do Templo de Salomão, que, da teoria aporta no campo do aperfeiçoamento espiritual e, tem como objetivo o aperfeiçoamento do homem, já adulto que é apresentado em assembleia maçônica. Esta assembleia tem por missão e dever orientar o peregrino que nos primeiros passos é tratado como Aprendiz.

Este é o início daquilo que denomino “peregrinação”.

A longa caminhada terá como objetivo principal o aperfeiçoamento do homem, peregrino, agora maçom, que provido de novos saberes, lapidará a sua pedra bruta interior, o seu templo, a sua verdadeira morada, o seu casulo, cuja libertação será a plena aceitação do Grande Arquiteto do Universo.

Esse encontro acontecerá quando o peregrino entender os conceitos da virtude cristã fundamental: "Ama o próximo como a ti mesmo”. Fé, caridade e esperança; sendo a caridade a maior de todas. “A caridade tudo suporta, em tudo tem fé, tudo sustenta [...] Agora existem a fé, a esperança e a caridade, essas três coisas; mas a caridade é a maior de todas” (Cor., I, 13)[1].

Mas, as peregrinações também são entendidas em sua essência, como jornadas a lugares considerados santos, onde, os devotos reafirmam a sua fé e assumem inúmeros compromissos nos quais buscam a sustentação para as atribulações da vida. Estas peregrinações ocorrem desde a antiguidade e, são realizadas individualmente ou em grandes grupos. Tais eventos, na modernidade, continuam a motivar os indivíduos a buscar apoio espiritual, seja para compreender a complexidade da vida, seja como um conjunto de motivações para poder alcançar seus objetivos, seja não por último, como uma forma de sucesso, mas, principalmente, para entender-se como um ser vivo, no micro e no macrocosmo, pois, a grandeza da criação nos encanta, absorve, intriga e nos desafia na busca por um dia a dia melhor, saudável e, principalmente voltado para superar os desafios imposto que é, pelo desenvolvimento. Este mesmo é o que nos motiva e é o que nos sufoca e nos remete à reflexão; esta mesma reflexão é que gera os questionamentos e dúvidas, as mais diversas e complexas e que nos colocam, muitas vezes, à beira do abismo da dúvida e, remetem à reflexão.

O desafio que temos como peregrino maçom é, exatamente, o de buscar, eis o desafio, o bem-estar espiritual, aquele cujo conforto, só alcançará pela fé, na vida e no aperfeiçoamento individual. O desafio é o entendimento, você por você, por nós, nos por você, todos em busca do mesmo destino, o aperfeiçoamento espiritual, na individualidade e na comunidade universal, pois, a universalidade é para os maçons a demonstração de que somos uma única sociedade.

Para tanto estimulamos e somos estimulados para aperfeiçoar o nosso Templo interior.

Mas os homens desde a antiguidade entenderam que o “Senhor”, aquele que nos abriga em infinita bondade, é merecedor de um templo material, um local onde nos reunimos, ricamente decorado, para orarmos e refletirmos sobre as nossas dificuldades e desejos.

Eis que o primeiro templo foi dado como tarefa a Davi, tarefa esta concluída por Salomão. Esse mesmo templo, cuja origem era um tabernáculo, montado e desmontado à medida que a peregrinação avançava. Quando materializado, se tornou objeto de cobiça e destruição. A ostentação superava a fé, a esperança e caridade.

Apresento abaixo em uma tabela a sequência cronológica dos templos, os quais foram construídos, destruídos, reconstruídos, numa insana busca por algo que está apenas dentro ti.

Templos da Bíblia[2]

Identificação

Data

Descrição

Referências

O tabernáculo (templo móvel)

Por volta de 1444 a.C.

Plano detalhado recebido do Senhor por Moisés. Construído por artesãos divinamente designados. Profanado por Nadabe e Abiú.

Ex 25 a 30;35:30 a 40:38; Lv 10:1-7.

O Templo de Salomão

966-586 a.C.

Planejado por Davi. Construído por Salomão. Destruído por Nabucodonosor.

2Sm 7:1-29; 1Rs 8:1-66.

O templo de Zorobabel

516-169 a.C.

Dado por meio de visão à Zorobabel. Construído por Zorobabel e os anciãos dos judeus. Profanado por Antíoco Epífanes.

Ed 3:1-8; 4:1-14; 6:1-22.

O templo de Herodes

19 a.C. -70 d.C.

O templo de Zorobabel restaurado por Herodes, o Grande. Destruído pelos Romanos.

Mc 13:2,4-23; Lc 1:11-20; 2:22-38; 2:42-51; 4:21-24; At 21:27-33.

O templo atual

Era atual

Encontrado no coração do cristão. O corpo do cristão é o único templo do Senhor, até que o Messias volte.

1Co 6:19-20; 2Co 6:16-18.

O templo de Apocalipse 11

Período de tribulação

A ser construído pelo anticristo durante a tribulação. A ser profanado e destruído.

Dn 9:2; Mt 24:15; 2Ts 2:4; Ap 17:1.

O templo de Ezequiel (milênio)

Milênio

Dado por meio de visão ao profeta Ezequiel. A ser construído pelo Messias durante o seu reinado milenar.

Ez 40:1 a 42:20; Zc 6:12-13.

O templo eterno da presença de Deus

O reino eterno

O maior de todos (“o Senhor Deus Todo-poderoso e o Cordeiro são o templo”). Um templo espiritual.

Ap 21:22; 22:1-21.

Organizado e adaptado pelo autor.

 

O peregrino maçom caminha nesse sentido, a busca pelo reino eterno, o maior de todos, o templo espiritual, onde a caridade, a fé e a esperança entrelaçadas, são o alimento necessário para a jornada.

É na mente e corpo do peregrino maçom que se instalará a espiritualidade. Aceita esta, a sua peregrinação, mesmo que vitimada por contratempos, seguirá com tranquilidade; esta tranquilidade é o apoio incondicional de todos os maçons que o cercam.

Normalmente nos admiramos com a beleza de alguns templos maçônicos, sua riqueza em detalhes primorosos. Justificamos nosso anseio por um templo ricamente decorado, cuja importância atrelamos ao simbolismo de tudo que vivemos como maçons, mas será que isto é fundamental? Onde realmente está a essência da maçonaria? No intelecto e na espiritualidade de cada um de nós peregrinos. Peregrinos cuja missão é o aperfeiçoamento pelo estudo e aplicação dos preceitos morais e éticos, cuja origem é a família e, que com ousadia é tomada pela maçonaria, no sentido de aperfeiçoar o homem, que pronto, extraímos da sociedade. Trinta e três são os degraus de uma jornada mística, cujo destino, é a irmandade.

 

 

BIBLIOGRAFIA E INDICAÇÕES PARA LEITURA

 

MacArthur, John. Manual bíblico MacArthur. Thomas Nelson Brasil. Edição do Kindle.

Azevedo, Antonio Carlos do Amaral; Geiger, Paulo. Dicionário histórico de religiões. Lexikon. Edição do Kindle. Posição 7504.

Abbagnano, Nicola. Dicionário de filosofia. São Paulo: Editora WMF Martins fontes, 2012.

Le Goff, Jacques. Em busca do tempo sagrado. 1. ed. - Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2017.

 



[1] In Abbaganano, 2012, p. 135

[2] MacArthur, John. Manual bíblico MacArthur (posição, 3229). Thomas Nelson Brasil. Edição do Kindle.